Despejo em plena pandemia: polícia do Rio cerca ocupação que abriga população LGBT

A ocupação Stonewall Inn – Casa Nem, que abriga 47 pessoas LGBTQIA+ em situação de vulnerabilidade, enfrenta nesta segunda-feira (24) uma operação policial acionada pela Justiça do Rio de Janeiro, que determinou a reintegração de posse.

A Casa Nem começou em julho de 2019, quando o prédio em Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro, foi ocupado pela primeira vez.

Já houve uma tentativa de desocupar o local, em 27 de julho de 2019, mas a ação foi interrompida pelo Conselho Tutelar, Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros.

A ocupação Casa Nem está recebendo apoio de militantes da causa LGBTQIA+ e da esquerda carioca desde a noite de ontem (23), quando se colocaram em frente ao prédio.

A ação policial estava marcada para as 9h da manhã de hoje e os policiais já aguardam no local, mas não podem atuar porque o Conselho Tutelar ainda não chegou na região e há crianças residentes na Casa Nem.

Os ocupantes do prédio da Casa Nem foram avisados sobre a ordem de reintegração de posse anteriormente pela Defensoria Pública. Segundo a advogada Ludmilla Cintra, da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ, a prefeitura do Rio de Janeiro já está buscando um local para os moradores da ocupação.

O processo foi movido pelos próprios proprietários do edifício, apesar de o prédio estar abandonado há mais de dez anos, segundo relatos dos vizinhos da ocupação.

Segundo o site Rio Gay Life, “a Casa Nem é um projeto da ativista travesti Indianare Siqueira, considerada a madrinha do novo movimento trans no Rio de Janeiro. Um dos frutos do projeto é o Prepara Nem, primeiro curso preparatório para o Enem e o vestibular dedicado à para travestis e transexuais. O abrigo vem resistindo graças à doações”.

Por Julia Cachapuz

Revista Forum com informações do G1

Indianare Siqueira (Foto: Divulgação)

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