O Secretário de Segurança Pública, Fernando Grella, irá comparecer na quarta-feira (19/12) na Assembleia Legislativa de São Paulo para prestar esclarecimentos aos deputados sobre as ações de sua pasta. O convite ao secretário foi aprovado pela Comissão de Segurança Pública e Assuntos Penitenciários, na última semana.

Fernando Grella assumiu a Secretaria Estadual de Segurança Pública no mês passado, quando saiu o ex-secretário Antonio Ferreira Pinto, no auge da violência que assola o Estado e que já resultou nas mortes de mais de 100 policiais desde janeiro e levou o número de vítimas de assassinatos neste ano, só na capital, para 1.071 mortes (dados até outubro).

Polêmicas

Na última semana, Grella afirmou que extinguir o registro de ocorrências como “resistência seguida de morte” não é “prioritário”. O fim desse tipo de registro foi recomendado pelo Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (CDDPH-SDH) por entender que esse entendimento pressupõe a inocência dos policiais envolvidos em execuções.

No final de novembro, a Anistia Internacional citou suspeitas de envolvimento de policiais em homicídios motivados por vingança e disse que tais casos não foram investigados adequadamente “durante muitos anos” no Estado.

Grella também contrariou afirmação do governador Geraldo Alckmin de que “há muita lenda sobre facções criminosas em São Paulo”. Para o secretáro, “não é lenda. O PCC existe. (…) Sabemos que há várias facções, vários grupos, vários tipos de crime organizado que não têm sigla e que são tão nocivos quanto o PCC”.

Administração Penitenciária

O secretário de Administração Penitenciária, Lourival Gomes, que não compareceu à reunião da Comissão de Segurança na Assembleia da última semana, para a qual tinha sido convidado, também deve prestar contas das ações desenvolvidas por sua secretaria, conforme determinação da Constituição do Estado, nesta quarta-feira.

Os secretários devem ser ouvidos pelos deputados a partir das 14 horas. Integram a Comissão de Segurança Pública, os deputado do PT Adriano Diogo e Marco Aurélio.