CPMI: Tucano reafirma relação com Cachoeira; petistas criticam falta de decoro

O deputado tucano também assumiu que deve ao contraventor cerca de R$ 120 mil e que o empréstimo foi feito para quitar financiamento rural feito em 2011. Ele disse ainda que o pagamento só não foi efetuado porque o credor está preso. Sobre o montante de R$ 400 mil que recebeu de Cachoeira, o parlamentar justificou que, desse total, R$ 200 mil foram quitados. Leréia não explicou sobre o restante dessa dívida.

Por PT na Câmara
Quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Em depoimento à CPMI do Cachoeira nesta terça-feira (9), o deputado goiano Carlos Alberto Leréia (PSDB) reafirmou sua amizade com Carlos Cachoeira e disse que não deixará de ser amigo do contraventor: “mesmo cometendo erros, não vou deixar de ser amigo dele”. O parlamentar confessou que a amizade com Cachoeira começou em 1987.

O deputado tucano também assumiu que deve ao contraventor cerca de R$ 120 mil e que o empréstimo foi feito para quitar financiamento rural feito em 2011. Ele disse ainda que o pagamento só não foi efetuado porque o credor está preso. Sobre o montante de R$ 400 mil que recebeu de Cachoeira, o parlamentar justificou que, desse total, R$ 200 mil foram quitados. Leréia não explicou sobre o restante dessa dívida.

Para o vice-presidente da CPMI, deputado Paulo Teixeira (PT-SP), e para o relator da comissão, deputado Odair Cunha (PT-MG), o depoimento do parlamentar tucano confirma o envolvimento dele com rede criminosa. Paulo Teixeira classificou de inadequadas as relações entre o parlamentar tucano e Cachoeira. “São relações não recomendáveis dentro do decoro parlamentar. Acho que as relações dele com Carlos Cachoeira são todas inadequadas e inaceitáveis para quem exerce um mandato”, criticou Paulo Teixeira.

Para o Odair Cunha o depoimento de Leréia revela o envolvimento do parlamentar com a rede liderada por Carlos Cachoeira. Odair classifica a situação do tucano como “difícil”. “O depoimento evidencia os vínculos pessoais, comerciais e patrimoniais com o chefe da organização criminosa. A situação do deputado é uma situação difícil e que precisa ser considerada no Conselho de Ética da Câmara”, constatou o relator.

O deputado Dr. Rosinha (PT-PR) questionou o tucano: “não é o papel de um deputado pedir investigação ao tomar conhecimento de uma organização criminosa?” Leréia irritou-se com o petista e disse que essa “não é a função dele e, que, não ia perder tempo com isso”. Para Dr. Rosinha, “a organização criminosa está agindo junto com o governo do PSDB em Goiás”.

Investigações da Polícia Federal revelam que Leréia manteve contato com Cachoeira 72 vezes só no ano passado. Dados da PF mostram também que o nome do parlamentar foi citado pelo contraventor e integrantes da quadrilha em 26 interceptações telefônicas. Veja diálogos abaixo.

Diálogo: 09/08/2011 – Cachoeira X Leréia

Leréia: …Deixa eu te falar: aquele assunto que eu te falei, você vai dar conta de me arrumar aquilo lá?

Cachoeira: O problema é que tô olhando ainda Leréia. Tô num aperto desgraçado

Leréia: Eu tenho que fechar com o menino lá.

Cachoeira: Podia dividir esse trem ai. Vamos falar. Tô olhando, tô no aperto.

Leréia: …pra mim é importantíssimo fechar aquele negócio…

Diálogo: 17/08/11 – Michel X Cachoeira

Michel: Fala Carlinhos?

Cachoeira: Michel, eu tô emprestando quatrocentos pro Leréia, falando que é seu tá? Sobra três. Ai ele tá querendo que se faz por dois. Aí fecha com dois e meio, tá bom?

Michel: Tá bom…

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