Considerações sobre o debate na Bandeirantes,por Charles Gentil
Ontem,domingo(28.08), ocorreu na emissora Bandeirantes, o primeiro debate entre os presidenciáveis.
O script aconteceu conforme o previsto.Do lado externo, os apoiadores de Lula e Bolsonaro, situados em acessos diferentes da emissora, acompanharam, por meio de um telão,o debate.
Do lado interno, todos os candidatos: Luiz Felipe d’Avila (Novo), Soraya Thronicke (União Brasil), Simone Tebet (MDB), Jair Bolsonaro (PL) e Ciro Gomes (PDT) se afundaram na desonra ética e moral de atacar com mentiras Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
E,aqui,digo sem medo de errar, desprovido mesmo de certa paixão partidária que cega o juízo e liberto de todo espírito indecente de bajulação, que,aliás,não encontra-se e nem condiz com a altura da minha tarefa posso, por isso mesmo,e serenamente assegurar, que Luiz Inácio Lula da Silva, foi ontem entre os debatedores, o único que se dignou a tocar verdadeiramente na alma do povo brasileiro e apresentou como Estadista que é, não só as carências pretéritas deste povo e os feitos, as realizações de seus governos anteriores para superar tais carências, mas deixou claro que seu retorno como presidente está condicionado a fazer mais e melhor para promover a retomada da dignidade da população que ele visa governar(leia-se: cuidar).
Ao contrário do enredo esperado por aqueles que evacuam toxinas de ódio até pelos poros da face, Lula não rebaixou o debate político com ataques solenes a seus opositores e nem foi deselegante em meio a tempestades infundadas de eloquências ásperas(mas,rasas) que visavam, de forma irresponsável, criminalizar o PT associando-o a corrupção, quando é o governo de Bolsonaro, que deveria ter prestado explicações mais claras, sobre o orçamento secreto.
Apesar de Bolsonaro ter sido poupado pelos debatedores no que tange não só a corrupção do orçamento secreto em seu governo, mas referente a criminosa política de devastação ambiental que promove e,inclusive,a detestável conduta de contenção da pandemia por parte de Bolsonaro – porque que fique claro como água cristalina – tudo o que se versou ontem,ali, no debate, sobre tais temas pelos adversários de Lula e do Brasil, esteve muito aquém de responsabilizar Bolsonaro pelo caos econômico e social que atravessa o país, porque todos estiveram unidos na Santa Aliança – de Ciro a Soraya – para mentir em rede nacional, na tentativa fraudulenta de ora apresentarem-se como uma eventual terceira via, ora buscaram vincular Lula/PT a Bolsonaro e seu projeto de destruição e morte argumentando que Bolsonaro emergiu como consequência da corrupção petista, da qual herdou aliás – segundo aquelas línguas duras e mentirosas – um Brasil já em crise devido o modo petista de governar.
Evidentemente, que toda está mentira em curso ontem no debate da Bandeirantes visou atingir antes Lula do que Bolsonaro, porque aquele tem a preferência do eleitorado e é, portanto, natural que seja o alvo principal.
Aliás, esta é a lógica do debate eleitoral em tempos de normalidade democrática.Mas, o que é imperdoável aos adversários de Lula e do Brasil é que mantenham a mesma lógica nos debates, quando a democracia corre sérios riscos, em função de Bolsonaro ser a representação e prática do fascismo, que explicita sem rodeios o desejo selvagem de retorno a ditadura e a práticas anti-humanistas de convívio social.
Ontem, Lula, no debate se comportou como o que ele é, um humanista, um estadista vocacionado a retornar para cuidar de seu povo.
Lula prestou os devidos esclarecimentos, rememorou também o êxito das gestões petistas no âmbito federal, apresentou aspectos do que virá a ser um provável novo governo sob seu comando,deixou claro que pensa grande porque com isso, pensa no fundo, na reinserção do Brasil no concerto internacional das nações.Lula ainda como estadista que é – buscou encantar todas as outras serpentes e, em particular Ciro Gomes – a compreenderem que este é o momento de união contra o projeto bárbaro que Bolsonaro tem para o país.
E apesar da pequenez dos adversários de Lula e do Brasil, neste momento em que almejam estes adversários a satisfação de seus interesses próprios, será inevitável – eu penso – que acabem mais cedo ou mais tarde, por se unirem neste grande projeto de Reconstrução e Transformação do Brasil, que Lula soube muito bem compreender e dar musculatura política a ele.
Aliás, quem soube dar o bom exemplo de perspicácia política foi Geraldo Alckmin, que não só compreendeu em seu devido tempo, a urgência da unidade para a luta contra Bolsonaro e seu fascismo como desde já está empenhado na tarefa de Reconstruir e Transformar o Brasil.
Que os adversários de Lula e do Brasil, após as eleições possam compreender esta urgência.Não é só uma questão de salvar suas próprias biografias.É uma questão de salvar o Brasil.
E isto Geraldo Alckmin compreendeu como ninguém.
Abraço fraterno
Charles Gentil
Presidente do Diretório Zonal PT do Centro