Com cinco trilhões de reais na gaveta, Bozo surta e baba, por Armando Coelho Neto

Manifestação a favor do governo Bolsonaro na Esplanada dos Ministérios

“’Brasil quebrado’ de Dilma e o PIB do Bozo (Folha arrependida)” foi título de texto veiculado neste GGN em 14/12/200, no qual, com base em falas da ex-presidenta, do empresário Eduardo Moreira e da auditora fiscal Maria Lucia Fattorelli, foram dadas pistas sobre a falsa crise econômica criada para aplicar o golpe de 2016 (1).

A comunidade internacional estava inquieta com os primeiros passos da saída do Reino Unido da Comunidade Europeia. Eis o fato gerador de incertezas no mercado e ainda na capacidade dos países de honrar dívidas, que obrigou o golpista Michel Temer a dizer para o mundo que Brasil quebrado era uma farsa.

Dilma lembrou os 380 bilhões de dólares de reserva; que o país emprestou dinheiro para o Fundo Monetário Internacional (FMI) e que, a rigor, o mantra do Brasil quebrado foi uma cantilena repetida por todos os meios de comunicações, criando uma nuvem de fumaça para facilitar o golpe de 2016.

Volto ao tema, muito a contragosto. Dar trela às falas do bufão do Planalto Central não é meu forte. Nem nos fins de semana ele para de distrair a grande mídia, que fica descendo a ripa nele, enquanto Paulo Guedes passa sua boiada, o Brasil é leiloado, os crimes do Bozo são abafados, vítimas da Covid-19 aumentam…

Mas, “O Brasil está quebrado”, disse o bufão do Planalto, que acabou virando piada nas redes sociais, com memes do tipo, “Chama o torneiro mecânico que ele resolve”. Perplexos, jornalistas das antas golpistas (O Antagonista) foram buscar psicólogos e psiquiatras para tentar entender a psicopatia do bufão.

Os ditos profissionais contatados concluíram estar diante de um ser com personalidade epiléptica, explosiva, egocentrista, paranoica sistêmica, com síndrome de perseguição, traços de perversão, “caracterizado pelo prazer com a angústia ou com o sofrimento do outro”.  O título da matéria é “Ele está louco”?

As Forças Armadas sabiam da estranha e diabólica personalidade daquele que escolheram para ser seu chefe. O site argentino âmbito.com, em matéria assinada por Marcelo Falak, citando alta fonte militar brasileira, diz que na construção da candidatura do Bozo, ele passou dois anos assistido por psiquiatras (2).

Portanto, a reedição do “Brasil está quebrado”, com a imediata ameaça de não comprar seringas para vacinar brasileiros contra a Covid-19, imunizante aliás que ele torce contra, é apenas o mais recente espasmo do Bozo. Mas, sua insanidade não é propriamente o foco dessa conversa de hoje com os leitores deste GGN.

Quando se fala de Brasil quebrado vou ler textos e entrevistas de Maria Lúcia Fattorelli, auditora fiscal, militante da auditoria cidadã da dívida. Com linguagem simples, ela costuma dar um banho de informação, mostrando picaretagens da política monetária. A crise é falsa, é um programa de expropriação do povo.

O “presidente” da República justificou sua inoperância, incapacidade e desgoverno com o falso mote do Brasil quebrado. Mas, nos últimos dez anos, o Brasil gastou quase três trilhões de reais para sustentar o Banco Central. O dinheiro vai para remunerar, ilegalmente a sobra de caixa dos bancos, diz a auditora Fattorelli (3).

Brasil quebrado uma ova! “Temos quase R$ 5 trilhões na gaveta! R$ 1,289 trilhão na conta única do Tesouro Nacional, R$ 1,836 trilhão em reservas internacionais, R$ 1,393 trilhão de sobra de caixa dos bancos parados no Banco Central rendendo juros somente aos bancos, às custas do povo”, diz a auditora Maria Lúcia Fattorelli.

Ela também chama a atenção para o fato de que o país teve superávit de mais de US$ 50 bi na balança comercial. No mais, existe forte potencial para arrecadar tributos de ricos que não pagam e várias outras fontes de recursos. Em poucas palavras o mantra do Brasil quebrado é desmontado, apoiada em fontes sólidas.

Cabe lembrar que no Brasil, ricos não pagam impostos, empresas recebem incentivos e os lucros distribuídos a sócios são isentos. Também passa longe do fisco a remessa de valores para o exterior. O imposto sobre grandes fortunas nunca foi seriamente discutido ou regulamentado, embora previsto na Constituição.

Os bancos são ilegalmente remunerados, há farra de incentivos fiscais na União, estados e municípios. Como regra, apenas pobres e a classe trabalhadora em geral são quem pagam impostos. Nada disso é por acaso, lembra aquela auditora, destacando haver um desenho proposital para a concentração de renda.

O que chamam de “crise”, a rigor, é um projeto político lesa-Pátria. Só há “Teto de Gastos” no que se destina aos reais interesses da população. Estão livres de teto, sem controle ou limite os gastos financeiros com a chamada dívida pública que nunca foi auditada como manda a Constituição, diz Fattorelli!

A crise não é em si crise, mas certamente tática. Em plena pandemia de Covid-19, os quatro maiores bancos do Brasil – Bradesco, Itaú, Santander e BB – lucraram R$ 28,4 bilhões no primeiro semestre de 2020. Mesmo sem precisar, receberam R$ 1,2 trilhão como socorro, informa o Sindicato dos Bancários.

Com cinco trilhões de reais paralisados na gaveta, Bozo surta e baba, num jogo de cena de passa boiada. No fundo, coloca sua loucura a serviço de um sistema que se nutre da miséria do povo. Não há dinheiro para auxílio emergencial, para compra de seringas e vacina, porque há um fim predeterminado para ele: bancos.

E isso é apenas o começo. Bater no Bozo é diversionismo. Enquanto ele baba a boiada passa. Haja boi!

Armando Rodrigues Coelho Neto – jornalista, delegado aposentado da Polícia Federal e ex-representante da Interpol em São Paulo.

1 – https://jornalggn.com.br/artigos/brasil-quebrado-de-dilma-e-o-pib-do-bozo-folha-arrependida-por-armando-coelho-neto/

2 – https://www.ambito.com/mundo/bolsonaro-un-lider-construido-pos-un-nuevo-proyecto-poder-militar-n4035789

3 – https://www.youtube.com/watch?v=CpbCkfpU0NM&t=501s

Publicado originalmente no jornal GGN

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