Charles Gentil: No Dia D, na Hora H, o Ministro EP, na Pasta S, do Governo B

A declaração do Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, dada na segunda-feira (11.01), em Manaus, quanto a campanha de vacinação da Covid-19, no Brasil, é uma fala vazia, que usa como recurso retórico o expediente do subterfúgio; ou seja, faz malabarismo com as palavras quando, se Pazuello fosse tecnicamente honesto, bastaria dizer que, ainda não há uma definição precisa a ser publicizada.


E ainda que tivesse que enfrentar o ônus do cargo com as cobranças que, inevitavelmente, adviriam, de na condição de Ministro da Saúde, ainda não ter data fixada ou não as poder apresentar publicamente, não; Pazuello preferiu, a fim de evitar dificuldades, abraçar a evasiva, e em um momento derradeiro da angústia nacional, se rebaixou a decepcionar expectativas com um nítido e vergonhoso esquivar-se.


Eduardo Pazuello preferiu mesmo sair pela tangente e em sua manobra se limitou a declarar:

“A vacina vai começar no dia D, na hora H no Brasil. No primeiro dia que chegar a vacina, ou que a autorização for feita, a partir do terceiro ou quarto dia já estará nos estados e municípios”.

Uma oração infeliz em todos os aspectos, porque não diz nada; não explica, não conclui, não se compromete com prazos, não estabelece ou faz observar um calendário pré-definido; é tão somente, um blá-blá-blá irritante; mera conversa verde-oliva pra boi e ovelha dormir e nada, nada mais; aqui, é patente a pura blasfêmia ao bom senso.


Dizer que a vacina no Brasil “vai começar no dia D, na hora H”, na verdade, significa dizer que não se tem a menor ideia de quando isto vai acontecer.

E pior: lança para o futuro (cada vez mais incerto) algo que é urgente e já não pode mais ser adiado.Os números são implacáveis, os filhos e filhas desta pátria estão morrendo como moscas: 207 mil mortes por Covid-19, ou seja, quase sete vezes o número de mortes, que Bolsonaro, em sua campanha(2018) estimou ser necessário liquidar pela violência, no país, isto é, 30 mil pessoas.


Mas, que Eduardo Pazuello não ouse duvidar, de que confiamos na ciência e em seu nome e sobrenome colocaremos a mão no fogo. Porque, ao contrário de Bolsonaro, cremos na ciência.


Dizer que a vacina no Brasil “vai começar no dia D, na Hora H”, é motivo suficiente para elevar meu efusivo protesto contra o general e Ministro da Saúde; meu pensamento selvagem e, por isso, indomesticado se insurge contra tamanha desinformação, tirania e desfaçatez; não admito galhofa com meu orgulho ardente de ser brasileiro; e ademais, tenho todo direito a proclamar respeito com meu povo.


E exijo mesmo que soldados rasos ou profundos, capitães-do-mato ou capitães-de-Trump e generais tipo mouro ou Mourão (sou indiferente a patentes), desçam do púlpito e retornem para a caserna; novamente, os militares, infiéis de ofício, traíram o Brasil.


E digo mais, se não voltarem ainda em 2021, voluntariamente para a caserna ou sob forte pressão popular, que os militares, em 2022, o façam sob as chamas da indignação do povo; antes que também o Capitão-de-Trump, decida não precisar a data de sua saída do Planalto limitando-se a dizer, que um outro governo só
“vai começar no dia D, na Hora H”.

Charles Gentil
Presidente do Diretório Zonal PT do Centro. Integrante do Democracia e Luta. Coordenador do Comitê Popular Antifascista Ponte Rasa Pela Democracia e Lula Livre

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