O ultraliberalismo, uma concepção de mundo extremista, que almeja diminuir o tamanho do Estado e sua intervenção, a fim de maximizar a influência das empresas.
Por um lado, uma prática radical que visa converter o Estado em mero observador das regras, isto é, atuará quando necessário, apenas para fazer cumprir as leis ( que serão extensões das normas das empresas) ou o Estado atuará como mero executor do patrulhamento das fronteiras nacionais ( os anarcocapitalistas mais radicais, nem isto admitem).
Por outro lado, o extremismo, que atribui exclusivamente às empresas a gestão, por exemplo, das áreas da saúde e da educação com uma eficiência – dizem – que somente as empresas são capazes de realizar.
O propósito desta concepção de mundo é defender a vida, a liberdade e, sobretudo, a propriedade do indivíduo e para isto se consumar, entende-se ser necessário eliminar o Estado.
Imagine um mundo sem Estado, sem polícia, sem pagamento de impostos, sem bancos centrais. Imagine um mundo em que empresas de segurança substituem as corporações policiais, as criptomoedas substituem o dinheiro convencional e as empresas substituem: o Estado !!!
Um mundo sem governo( leia-se Estado), em que você, no entanto, seria governado por: empresas !!!.
Este mundo que os ultraliberais estão construindo é uma versão radical do capitalismo e chama-se: anarcocapitalismo.
Há, pelos menos, dois tipos de anarcocapitalistas, aqueles que querem eliminar o Estado de um só fôlego chamam-se brutalistas, e os que entendem que a extinção do Estado deva ocorrer aos poucos, denomina-se: gradualistas.
Tanto um quanto outro, não recorrem a violência e é por via pacífica, que promovem o assassinato do Estado.
A falência do Estado, portanto, é algo planejado e tem como função promover a governabilidade das empresas.
Ou seja, trata-se do capitalismo em sua versão mais selvagem.Quem tiver dinheiro paga, por exemplo, por educação e saúde que, convertidos em produtos, só estarão ao alcance de quem puder custear. No caso da saúde, quem não tiver condições financeiras para adquiri-la será descartado( leia-se: irá, morrer).
Na era tecnológica, o capitalismo radical, o anarcocapitalismo, que é o capitalismo em sua enésima selvageria, faz a sociedade regredir a estágios anteriores da civilização e, ao invés de proporcionar educação e saúde de forma universal, capaz de atingir a cada membro da população, restringe a um seleto e cada vez mais restrito grupo, a possibilidade de usufruir deste bem, e arrasta, assim, o conjunto da população para a mais completa indigência e, com isso, o anarcocapitalismo mostra-se tal como é: uma selva de pedras.
Nesta selva, os lobos, as hienas e as raposas, entre outros predadores, dominam as ovelhas, os gados e os analfabetos políticos, entre outras inúmeras presas; numa cadeia alimentar contínua, e em que após o banquete, os cadáveres são exibidos como os troféus da eficiência destrutiva. E já são mais de 215 mil presas sacrificadas ao consumo daqueles predadores, que alimentam e temperam com ódio, a política de extermínio
Bolsonaro, este antropóide com aspecto de lobo em pele de cordeiro, e que guincha a melodia da morte, antes de devorar mais ovelhas, gados e analfabetos políticos, os pratos preferidos de seu cardápio pandêmico.
Não à-toa, habituado ao capitalismo predador que defende, Bolsonaro, este antropóide com aspecto de lobo em pele de cordeiro, fez uso de uma ideia que traz a imagem de um réptil e remete, portanto, a natureza selvagem, ao mencionar o imunizante produzido pela farmacêutica americana Pfizer e BioNTech “Se você virar um chi… Virar um jacaré, é problema de você, pô”.
Isto ocorre porque, para Bolsonaro, a conversão de um ser humano em animal, ocorre, em sua metáfora, como argumento para negar a ciência; daí porque, refere que ser chinês ou jacaré daria no mesmo, e muitos se converteriam em répteis ao imunizarem-se; e, assim, mais uma vez, Bolsonaro faz apologia do negacionismo da ciência e atribui a ela, o fato de nos conduzir à selva com métodos artificiais para criar a resposta imunológica, quando, na verdade, é o anarcocapitalismo, que traz o perigo real de consolidar de vez, na sociedade brasileira e no mundo, a selva de pedra, com o governo de nossas vidas, que já começam a ser administradas e gerenciadas, pelas empresas.
Ao contrário do que diz Bolsonaro, todo o nosso esforço enquanto civilização não consiste em nos tornarmos mais inumanos, mais animalescos, o nosso dever é, justamente, impedirmos a vitória do anarcocapitalismo, para nos tornarmos ainda mais humanos, uns com os outros.
Desta evolução, porém, devido evidências científicas observáveis excluo, com rigor analítico comprovado, Bolsonaro e os anarcocapitalistas, e desejo que voltem, o quanto antes, para as árvores, de onde, aliás, nunca deveriam ter saído.
Charles Gentil
Presidente do Diretório Zonal PT do Centro. Integrante do Democracia e Luta. Coordenador do Comitê Popular Antifascista Ponte Rasa
Foto: Site PT Nacional