Mesmo com chuva, cerca de dez mil mulheres de movimentos sociais, populares, sindicais, sem terra e dos movimentos de moradias e de partidos políticos de esquerda seguiram em marcha, neste dia 8 de março, pela Avenida Paulista se manifestando em defesa da democracia e lutando pela reforma política com paridade de gênero, por mais direitos e pelo direito fundamental à água, além de clamar pelo fim da violência contra a mulher.
O grupo se concentrou, às 10h, em frente ao prédio da Gazeta, seguiu em direção ao centro de São Paulo.
O ato também homenageou as companheiras feministas Lurdinha, Rosangela e Célia, que foram vítimas de um trágico acidente, durante o feriado de carnaval, na BR-172, no entroncamento que dá acesso a cidade de Tabocas do Brejo Velho-Bahia.
No início do ato, a secretária de Mulheres do Diretório Estadual do Partido dos Trabalhadores de São Paulo, Marta Domingues, a Martinha, lembrou a luta das companheiras Lurdinha, Rosangela e Célia, e destacou que, mesmo sem as presenças delas, suas memórias jamais serão esquecidas e servirão de inspiração para as mulheres continuarem na militância.
A luta pelos direitos foi lembrada pela secretaria Nacional de mulheres da Central única dos Trabalhadores, Rosana Silva. De acordo com ela, as mulheres devem continuar lutando para que não haja retrocesso. “Nós estamos na rua para dizer que não aceitamos esse congresso conservador e que não tirem direitos da classe trabalhadora e das mulheres”, disse.
A situação de projetos que estão no Congresso e podem garantir mais direitos para as mulheres foi lembrada pela deputada estadual pelo PC do B-SP e sambista, Leci Brandão. Em sua explanação, Leci também cobrou respeito à democracia. “As mulheres precisam da reforma política urgentemente para que os partidos façam 50% deles e 50% delas (…) É necessário que saibam a questão do femicídio é muito serio. Agora é crime hediondo quem assassinar as mulheres (…) E encerro dizendo o seguinte: as eleições de 2014 foi legitima, respeitem a democracia”, frisou a deputada.
Em sua fala, Nalú Farias, da Marcha Mundial de Mulheres, pontuou que o dia 8 de março é a principal referencia na luta feminista e que os governantes devem respeitar os direitos conquistados. “Nós mulheres saímos às ruas para celebrar a força da nossa organização. (…) Nós estamos nas ruas semeando sementes de paz, de solidariedade, de igualdade e liberdade por isso queremos avançar na luta. (…) Nós queremos avançar em uma legislação que garanta o direito das mulheres abortarem, diante de uma gravidez indesejadas sem correr risco de vida, nós queremos avançar na defesa dos nossos bens comuns, mas também dos nosso serviços públicos. Por isso que estamos aqui, semeando sementes de afirmação para que os bens públicos não podem ser privatizados, eles não são mercadorias (…) Denunciamos o governo Alckmin pelas restrições com a falta de água porquê ele priorizou o lucro e a ganância das empresas”, denuncia.
Fonte: Elineudo Meira, para o Portal Linha Direta –
Edição: Cláudio Motta Jr.