Parlamentares da Bancada do PT na Câmara manifestaram apoio, durante o fim de semana, à mobilização dos trabalhadores da Casa da Moeda que lutam para impedir a sua privatização. Os ‘moedeiros’, como assim são conhecidos os funcionários da instituição, ocupam desde a última sexta-feira (10) a sede da Casa da Moeda, no Rio de Janeiro. Pelo Twitter, os deputados petistas condenaram o plano do governo Bolsonaro de privatizar a instituição.
A empresa, que tem aproximadamente 2 mil funcionários, foi incluída pelo governo Bolsonaro, em 2019, no Plano Nacional de Desestatização. Essa ação obriga a direção da empresa promover cortes e ajustes visando a sua venda.
Após parabenizar os trabalhadores pela ocupação, o líder da Bancada do PT, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), destacou que a privatização “não faz qualquer sentido” para o país. “Bolsonaro e Paulo Guedes fazem muito mal ao Brasil para satisfazer os amigos milicianos e da máfia financeira internacional. Privatização coloca em risco a soberania nacional, aumenta a possibilidade de falsificação de passaportes e a sonegação de impostos”, afirmou.
A presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), também ressaltou a importância da luta dos trabalhadores da Casa da Moeda contra a privatização. “A ocupação da Casa da Moeda, por seus funcionários, foi ato de coragem em defesa dos diretos dos que lá trabalham, mas sobretudo em defesa da soberania. Não podemos permitir privatizar a produção da nossa moeda! Parabéns moedeiros, deram combatividade a luta em defesa do Brasil”, disse.
Já a deputada Benedita da Silva (PT-RJ) disse que a mobilização dos trabalhadores ocorre em defesa dos direitos da categoria e do País. “Parabéns aos funcionários da Casa da Moeda que, no dia de ontem, ocuparam o seu espaço de trabalho em defesa dos seus direitos e da soberania do nosso país. Não à Privatização da produção da nossa moeda!”, ressaltou.
O portal Rede Brasil Atual publicou reportagem, nesse fim de semana, na qual o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Casa da Moeda do Brasil, Aluizio Junior, contesta a narrativa do governo de que a privatização é necessária em função do prejuízo da empresa. “Em 2017, o governo descontinuou o serviço de Sicobe, que controlava a produção dos envasadores de bebidas frias como a Coca-Cola, Ambev, Itaipava e Petrópolis, que representavam, naquele ano, 60% do faturamento bruto da Casa da Moeda”, doz o dirigente.
“Então, o governo retira R$ 1,4 bilhão do faturamento da Casa da Moeda, fazendo com que no primeiro ano depois de 320 anos de existência da empresa, que a Casa da Moeda desse um prejuízo fabricado pelo próprio governo”, completou Aluizio Junior.
Riscos da privatização
A matéria da RBA reproduz ainda reportagem da jornalista Rosely Rocha, da CUT, que mostra o perigo de entregar a Casa da Moeda. Das 15 maiores economias do planeta (incluindo o Brasil), todas produzem seu próprio dinheiro.
“A preocupação dessas nações é a falsificação da própria moeda, com uma ‘enxurrada’ de dinheiro em circulação, o que afetaria a economia e ainda a possibilidade de não entrega do dinheiro fabricado”, analisa o diretor de comunicação do Sindicato Nacional dos Moedeiros (SNM), Edson Francisco da Silva.
O sindicalista disse ainda que “se colocarem mais dinheiro em circulação do que é necessário, se destrói a economia de um país” e lembrou a experiência de um dos países mais ricos do mundo. “A Alemanha privatizou a fabricação de seu próprio dinheiro em 2000 e já em 2009 voltou atrás por insegurança monetária. O Brasil é um grande país com reservas naturais, água, biodiversidade e petróleo. Somos importantes no mundo, e não podemos ficar reféns de interesses econômicos e estratégicos de estrangeiros”, apontou Edson Francisco da Silva.
Também manifestaram apoio aos trabalhadores da Casa da Moeda e repúdio a tentativa de privatização da empresa os deputados petistas Paulo Teixeira (SP), Afonso Florence (BA), Bohn Gass (RS), Airton Faleiro (PA), Erika Kokay (DF), Paulão (AL), Helder Salomão (ES), Odair Cunha (MG).
Por PT na Câmara
Foto de destaque: Reprodução CUT