Em um cenário propiciado pela política de armamento, de incentivo ao garimpo, avessa aos direitos humanos e ao meio ambiente, Bolsonaro construiu o caminho que resultou no duplo assassinato do indigenista Bruno da Cunha Araújo Pereira e do jornalista Dom Phillips, mortos em Terra Indígena no Vale do Javari, no Amazonas.
Conforme a Política Federal (PF), os ativistas foram assassinados com tiros de armas de caça. No Brasil, mais de 30 decretos e atos normativos de Bolsonaro, desde início de 2019, estimulam o número de armas de uso amador circulando no país, que segundo pesquisas superou o uso da Política Militar.
Somado ao discurso de ódio de um presidente que coloca o país na rota de crescimento de mortes violentas, crimes ambientais como o aumento do desmatamento, do garimpo ilegal e genocídio dos povos tradicionais, a região amazônica vira palco de injustiças e impunidades.
Sem fiscalização, consequência do desmonte das instituições que deveriam promover a proteção do meio ambiente e dos povos indígenas, a Amazônia acumula conflitos de ações ilegais de garimpeiros e madeireiros.
Denunciado no Tribunal Internacional Penal (TPI) de Haia pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) e pela União dos Povos Indígenas (Univaja), Bolsonaro sustenta uma política anti-indígena que, além de desproteger os povos tradicionais, sucateia a Fundação Nacional do Índio (Funai) e empurra o país para um caminho de retrocessos em políticas de proteção ao meio ambiente. Para as entidades indígenas, Dom e Bruno são vítimas de um crime político.
A APIB também apresentou denúncia na Comissão Europeia para tentar criar barreiras para commodities produzidas de forma criminosa no território brasileiro, principalmente, por meio da invasão de territórios indígenas.
“Denunciamos que a violência cometida contra Bruno e Dom é consequência de uma série de desmontes e da política anti-indígena do governo Bolsonaro, mas também é permitida pela falta de regulação deste comércio internacional”.
Negligência e omissão
Internacionalmente, as mortes do jornalista britânico Dom Philips e do indigenista Bruno Pereira na Amazônia são consequências de um processo de negligência e omissão por parte do governo de Bolsonaro. Os crimes ambientais cometidos na região ganharam destaque nos principais jornais do mundo.
Além de destacar que os assassinatos ocorreram em um ambiente de impunidade em relação a atividades ilegais na Amazônia, a mídia global também chamou a atenção para a desumanidade do presidente brasileiro, que sugeriu que as mortes ocorreram por culpa do jornalista e do indigenista. A relatora especial da ONU para liberdade de expressão Irene Khan disse que o crime representa uma “erosão da democracia”.
Da Redação da Agência PT, com informações do G1