O discurso golpista de Jair Bolsonaro, de tentar desacreditar as urnas eletrônicas, perde cada vez mais força. Pesquisa Genial/Quaest, divulgada na quarta-feira (11), mostra que o índice de brasileiros que dizem não acreditar nas urnas caiu de 27%, em setembro do ano passado, para 22%. Já os que dizem confiar muito está em 40%.
O levantamento mostra que Bolsonaro, com seu golpismo, está cada vez mais isolado da sociedade brasileira, que não compra o lenga-lenga do ex-capitão, que, na quarta-feira (11), voltou a questionar o sistema eleitoral.
“Nós queremos eleições transparentes, com a grande maioria, ou diria a totalidade do seu povo”, disse, ao visitar um parque de exposições em Maringá (PR), voltando a insinuar que a votação no Brasil não é transparente.
Desde o ano passado, Bolsonaro passou a questionar as eleições, claramente com o intuito de não aceitar sua cada vez mais inevitável derrota nas urnas, numa grotesca imitação de Donald Trump.
Ele já defendeu a volta do voto impresso, disse que apresentaria provas de fraudes no pleito de 2018 e depois voltou atrás e inventou mentiras deslavadas sobre salas secretas de apuração e ataques cibernéticos (num episódio em que acabou cometendo um crime de vazamento de dados).
Mais recentemente, anunciou que seu partido contratará uma auditoria privada das eleições, em mais uma tentativa de acuar o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), e envolveu militares, que, após serem incluídos na Comissão de Transparência das Eleições, passaram a questionar o sistema eleitoral com afirmações infundadas e relatórios cheios de erros conceituais.
Fachin: “Investe contra a democracia”
Diante desse último movimento, o presidente do TSE, Edson Fachin, tem se preocupado em esclarecer o óbvio e lembrado como a democracia funciona. Nesta quinta-feira (12), voltou ao tema e disse que “quem trata de eleição são forças desarmadas, e, portanto, diz respeito à população civil, que, de maneira livre e consciente escolhe seus representantes”.
Fachin também lembrou que atacar as eleições é atacar a democracia, ressaltando que não estava mandando recado a ninguém, mas apenas fazendo uma constatação. “Quem investe contra o processo eleitoral investe contra a democracia. É um fato e fato fala por si só. Não se trata de recado, é uma constatação. Temos respeito a todo chefe de estado e jamais nos furtaremos ao diálogo. Não há afirmação do que desborde da legalidade constitucional”, disse Fachin.
Lula: “Se pudesse roubar na urna, eu não teria sido eleito”
Durante um evento em Juiz de Fora (MG), na noite de quarta-feira, o presidente Lula apontou a postura patética e golpista de Bolsonaro. “Ele está dizendo que a urna eletrônica vai dar em roubo. Sabe por que eu confio na urna eletrônica? Porque se pudesse roubar nela, um torneiro mecânico não teria sido eleito presidente da República duas vezes”, disse, referindo-se às próprias eleições, em 2002 e 2006.
Da Redação da Agência