O assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, declarou, nesta quinta-feira (10), em entrevista ao jornal “El País”, o PT está sendo vítima de uma campanha “criminalizadora” que não condiz com a realidade.
O assessor está em Washington, capital dos Estados Unidos, onde participou da XIX Conferência Anual da CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina) sobre os principais desafios da América Latina.
Questionado sobre a percepção internacional dos desdobramentos da Operação Lava Jato, Garcia avaliou que o “espanto internacional” se baseia na “gigantesca campanha para julgar pessoas antes da realização do julgamento”.
“As detenções até agora são preventivas, não houve condenações no processo até agora. Não quero ser paranoico, mas há um projeto, uma tentativa de criminalizar o PT e seus dirigentes”, declarou.
“Com relação aos protestos, está bem claro o que a direita quer fazer. Durante um período, ela ficou um pouco desconcertada com o sucesso de nossos governos, mas saiu da perplexidade e aproveitou a conjuntura, que era favorável para ela em certa medida, e os erros que nós também cometemos, para empurrar a coisa”, declarou.
Para ele, o PT precisa “refletir” sobre alguns “erros” cometidos e apurar “responsabilidades”, mas diz que a campanha “criminalizadora” contra o partido não condiz com a realidade.
Garcia disse ainda que o PT está fazendo uma “em certa medida”, uma reflexão sobre a trajetória de conquistas e lutas para não deteriorar ainda mais sua imagem.
“O partido tem uma capilaridade social extraordinária. E os erros que possa ter cometido, alguns deles graves, e inclusive as responsabilidades de alguns de seus dirigentes não vão comprometer isso”, avaliou.
Sobre a influência que a situação política brasileira tem na imagem do Brasil no exterior, o assessor disse acreditar ser algo reversível.
“O Brasil hoje está enfrentando as dificuldades econômicas. Vencidas essas dificuldades, temos condições que se resolverão, seja a popularidade da presidenta ou a imagem do país. O que não significa que não tenhamos de agir para pensar nosso futuro. Hoje estamos submersos no presente, preocupados com o presente. E o futuro sempre tem dois dias”, finalizou.
Fonte: Agência PT de Notícias