Cada vez mais brasileiros de baixa renda frequentam faculdades Brasil afora. De acordo com a Síntese de Indicadores Sociais (SIS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado nesta quarta-feira (17), a parcela dos universitários pobres no ensino superior público teve um crescimento recorde: quase sete vezes nos últimos nove anos. Passou de 1,4%, em 2004, para 7,3%, em 2013.
A faixa de jovens com idade entre 25 e 34 anos com curso superior praticamente dobrou: de 8,1% para 15,2%, no mesmo período. Enquanto isso, os estudantes mais ricos deixaram de ser maioria nas universidades, tanto nas instituições públicas, quanto nos particulares. Passaram de 55% para 38,8%, entre 2004 e 2013.
Entre os fatores apontados pelo IBGE para o fenômeno estão o aumento do acesso à educação básica e as políticas públicas para ampliação de vagas. “Toda uma geração se beneficiou de programas de expansão de acesso ao ensino superior, como Programa Universidade para Todos (ProUni) e as cotas”, explica a pesquisadora do IBGE Betina Fresneda. Segundo ela, a melhoria da renda das famílias também permitiu também o maior ingresso de jovens na universidade.
A escolaridade média da população jovem, de 25 anos ou mais, também cresceu. De 2003 para cá, o número de anos de estudo passou de 6,4 para 7,7. Esse aumento foi ainda maior entre os mais pobres. Estes ganharam quase dois anos a mais de estudo, de 3,7 para 5,4.
Os dados também mostram uma redução do atraso escolar entre os mais pobres. A distorção idade-série, que era 4,3 vezes maior entre os com menor renda, passou para 3,3 vezes, quando comparados com os de maior poder aquisitivo. Isso significa um número maior de alunos na série adequada à cada idade.
Em casa – Outro dado apontado pelo estudo mostra que a parcela de indivíduos da chamada “geração canguru” aumentou. São filhos com mais de 25 anos, já formados, mas que ainda moram com os pais. O índice passou de 21,2% para 24,6%. Isto é, um em cada quatro jovens com 25 a 34 anos ainda não saiu de casa.
Entretanto, a taxa de ocupação dessa faixa é elevada, com 90,7% empregados. Trata-se, ainda, de uma essa geração com maior escolaridade, com média de 10,9 anos de estudo.
Por outro lado, o número de jovens que não trabalham nem estudam, os “nem-nem”, também aumentou: passou de 19,7%, em 2014, para 20,3%, em 2013.
Fonte: Agência PT de Notícias