Depois do pré-sal, o golpe de Temer no Fies

 

Governo não faz repasses desde julho; as instituições estão ameaçando cobrar mensalidade

 

Reprodução/ Facebook/ Mariara Cruz Alunos protestam na PUC-SP contra o corte no Fies

Depois da sessão da entrega do pré-sal ao capital estrangeiro, o governo usurpador de Michel Temer (PMDB) trama um duro golpe aos estudantes universitários beneficiários do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

O governo não faz os repasses para o programa desde julho, e com isso, as instituições estão ameaçando cobrar a mensalidade dos alunos ou deixar o programa já em 2017.

Atualmente, o Fies beneficia mais 2 milhões de estudantes. Entretanto, há uma dívida do governo de R$ 700 milhões com a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, relativo às taxas de administração do contrato. Sem o pagamento, os bancos não irão liberar os adiantamentos.

Com o atraso do governo, há ameaça de não renovar os contratos para o segundo semestre, o que deixará milhares de alunos sem estudar por não ter condição financeira de pagar a mensalidade.

“Isso terá um impacto ruim para a população pobre e negra”, afirma a professora da Universidade de São Paulo (USP), Rosane Borges.

Segundo ela, com a redução e o não repasse de verba para o Fies, os principais atingidos serão alunos negros e pobres beneficiados pelo Programa Universidade Para Todos (Prouni) e pelas cotas raciais.

Ontem, na sessão do Congresso Nacional que reuniu deputados e senadores para apreciar três destaques da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), a votação do projeto que libera créditos extraordinários para o Fies foi suspensa por falta de quórum.

“Essa notícia terrível de não renovar os contratos não só prejudica pobres e negros, mas compromete o futuro do país. Os alunos de faculdades de ponta como a Pontifícia Universidade Católica (PUC) não terão como pagar porque a mensalidade é alta”, ressalta Rosane.

Alunos protestam

Diante da ameaça de perder a bolsa de estudo, alunos da PUC de São Paulo organizaram na última segunda-feira (3) um ato conjunto com outras faculdades como Mackenzie, Uninove, Anhembi Morumbi, Unip, Anhanguera, FMU, Metodista, entre outras, contra o não repasse de verba para o Fies.

Os estudantes também criaram a página no Facebook “Unidos pelo Fies” para mobilizar universitários do Brasil inteiro contra mais esse golpe do governo Temer.

 

Fonte: Walber Pinto – CUT Nacional

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