A respeito das distorções, ela recordou que no início do ano parte da mídia tradicional se dedicou à divulgação de informações de que havia risco de apagão – o jornal Folha de S. Paulo tratou como de emergência uma reunião rotineira de técnicos e secretários do setor
“Tem muita gente torcendo para o Brasil dar errado, é só você olhar”, disse a presidenta Dilma Rousseff, durante entrevista coletiva em Brasília, quando questionada se a economia pode atrapalhar a reeleição em 2014. Perguntada por um repórter se o senador Aécio Neves (MG), provável candidato do PSDB ao Palácio do Planalto, é quem está contra o país, Dilma preferiu não nomear: “Não sei, não perguntei para ele”.
Durante boa parte da entrevista, concedida após a abertura da exposição “O olhar que ouve”, do artista baiano Carlinhos Brown, ela comentou sobre as tentativas de prejuízo à imagem do governo mediante a manipulação de dados econômicos e acrescentou que não tem interesse em antecipar o debate político sobre 2014.
Dilma minimizou o impacto do programa político de quinta-feira do PSB, que deve enaltecer o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, outro possível oponente no próximo ano, que ensaia um discurso no meio do caminho entre base aliada e oposição. “Sabe por que eu não estou em campanha? Porque eu tenho obrigação durante 24 horas por dia de dirigir o Brasil. E quero te dizer o seguinte: É impossível, impossível, qualquer desvio dessa rota.”
A respeito das distorções, ela recordou que no início do ano parte da mídia tradicional se dedicou à divulgação de informações de que havia risco de apagão – o jornal Folha de S. Paulo tratou como de emergência uma reunião rotineira de técnicos e secretários do setor. “Eu estou há mais de 20 anos neste setor elétrico. Hoje eu não estou acompanhando ele diretamente, mas qualquer um que esteve nesse setor sabe que este ano de 2013 foi o ano, nos últimos, pelo menos até onde eu lembro, desde 1999, onde mais entrou geração hidrelétrica e térmica.”
Dilma lamentou ainda que se tente criar fatos em torno da inflação. Ela esclareceu que não fará mais comentários sobre a política de juros do Banco Central, que na semana passada elevou a taxa básica, a Selic, em 0,25 ponto percentual, para 7,5% ao ano. “Eu não vou, em hipótese alguma – porque eu tenho uma responsabilidade presidencial – dar base para qualquer especulação que se faz e que, naquele momento, distorceu minhas palavras. Então eu não vou falar sobre coisas que eu não quero ver distorcidas. O que estou dizendo é isso: o Brasil não flerta com a inflação.”