Movimentos sociais, intelectuais, artistas e lideranças políticas participaram do ato “Somos Todos Brasileiros, Somos Todas Brasileiras – A Favor da Democracia, Contra o Preconceito”, realizado na noite desta quinta-feira (06/11) na Câmara Municipal. O encontro foi uma iniciativa da Liderança da bancada de vereadores do PT (Partido dos Trabalhadores).
O encontro reuniu representantes de diversos setores da sociedade, que condenaram ações discriminatórias e separatistas e confrontaram as mensagens xenofóbicas disseminadas pelas redes sociais contra as regiões Norte e Nordeste do país durante a eleição presidencial.
O vereador Alfredinho (PT), líder da bancada, defendeu a importância da manifestação contra o preconceito. Nordestino nascido no Piauí que vive há mais de 25 anos na capital paulista, ele disse que se sentiu envergonhado diante das declarações que inferiorizaram a população do nordeste. “Devemos combater a intolerância. Não devemos aceitar o preconceito com qualquer pessoa, seja por sua origem, sua opção sexual, religiosa ou política. São Paulo é a cidade de todos”, disse.
O vereador disse que o preconceito contra os nordestinos já é antigo e encontrou espaço na internet para se manifestar com mais força publicamente. “A discriminação sempre existiu, mas as redes sociais deram mais liberdade para estes discursos, que antes eram escondidos”, disse.
“Devemos usar nossas leis severas contra o racismo para não deixar impune estas manifestações de ódio e discriminação. O respeito à diversidade de opiniões e de cultura faz parte da democracia”, defendeu o vereador Ari Friedenbach (PROS).
Durante o evento, o secretário municipal dos Direitos Humanos, Rogério Sottili, declarou que será criado no inicio de 2015 o Conselho Municipal do Nordestino, que deve discutir novas políticas públicas de valorização da cultura nordestina junto à secretaria. “Esse conselho será criado para reunir uma comunidade muito importante para economia, para sociedade e para a cultura da cidade de São Paulo”, disse.
Sottili também destacou ações da secretaria a favor da tolerância e da liberdade de expressão. “Nós desenvolvemos junto a Secretaria de Educação um processo de formações com os professores preparando um kit para o trabalho sobre a ditadura militar nas escolas. Mais de mil kits foram distribuídos. Além da comissão da verdade e da memória da verdade do município para investigar a participação da prefeitura no processo da ditadura. Com isso buscamos levar à população um processo de justiça e responsabilização dessas pessoas. São atos como este que são importantes para dizer não. Não queremos mais o ódio e o preconceito. Queremos a democracia e a liberdade, e que elas sejam respeitadas com responsabilidade”, finalizou.
O ator Sergio Mamberti classificou o nordeste como matriz cultural do Brasil e disse que, através da cultura, a educação pode ser mudada. “A cultura é uma ferramenta estratégica a favor do respeito às diversidades e a democracia”, afirmou.
“É um orgulho para Câmara Municipal de São Paulo receber um evento como este”, afirmou o presidente da Câmara Municipal, vereador José Américo (PT).
Estiveram presentes os vereadores Vavá (PT), Senival Moura (PT), Nabil Bonduki (PT), Donato (PT) e Paulo Fiorilo (PT); os deputados estaduais Adriano Diogo (PT), Carlos Neder (PT) e o coordenador de Pastoral da Arquidiocese de São Paul, Padre Tarcisio Marques Mesquita, entre outros.
Fonte: Da Redação – Câmara Municipal de SP
Crédito da Foto: André Bueno / CMSP