As ruas do Brasil foram ocupadas pela Pátria Branca, diz Paulo Henrique Amorim em Santos

 

Cerca de 400 pessoas estiveram presente no auditório na Universidade Santa Cecília, na cidade de Santos, na noite desta segunda-feira (15), para participar da terceira rodada de lançamento do mais recente livro “Quarto Poder – Uma outra história”, do jornalista e blogueiro Paulo Henrique Amorim.

Obra que resgata as memórias do período em que trabalhou nos maiores veículos de comunicação do Brasil, como TV Globo, Veja e Jornal do Brasil, e ao mesmo tempo analisa a história do país, desde o início da Era Vargas até os dias de hoje.

Organizado pela Frente Brasil Popular da Baixada Santista, o terceiro ciclo de lançamento teve transmissão ao vivo pelo site da Fundação Perseu Abramo, pelo blog Conversa Afiada e pelo portal Linha Direta.

Presente no evento, a prefeita de Cubatão, Márcia Rosa, do ex-ministro da Saúde, Arthur Chioro e da ex-deputada estadual pelo PT-SP, Telma de Souza.

Entusiasta do ciclo, o secretário estadual de comunicação do PT-SP, Aparecido Luiz da Silva, o Cidão, afirmou que a iniciativa é uma forma de investir para que o militante possa se tornar um comunicador. “O maior investimento que nós podemos fazer em comunicação neste momento é transformar cada militante em um grande comunicador”, disse o secretário.

Presidente municipal do Partido Comunista do Brasil, em Santos, Renata Bruno falou que é motivo de orgulho para a cidade receber o Paulo Henrique Amorim, a quem ela considera um guerreiro que honra a profissão dos jornalistas. “O livro do Paulo Henrique é uma arma na luta que a gente vem travando contra inimigo extremamente poderosos. Acho que ter um guerreiro, doou o direito de chamá-lo assim como outros e outros grandes homens que honram a profissão de jornalismo, apesar do que vem acontecendo com essa profissão nos últimos tempos, são profissões importantíssimas que merecem ser ouvidas cada vez mais”, disse a dirigente.

Presente no evento, o ex-ministro da Saúde, Arthur Chioro, clamou para que o estado democrático de direito e as liberdades individuais prevaleçam. “O estado democrático de direito prevaleça, as liberdades individuais prevaleçam, mas que a gente possa, de fato cada vez mais, ter clareza das contradições que a nossa sociedade enfrenta, dessa justiça aparentemente tão injusta”, disse. Segundo ele, o momento exige diálogo. “Precisamos de capacidade de troca, de ouvir e de analisar politicamente o que está acontecendo. Acho que, mais do que nunca, nós brasileiros e brasileiras que lutamos, tanto pela redemocratização do país pela construção de uma sociedade, mais justa, mais igualitária que pudesse produzir a inclusão social, o enfrentamento desse apartheid social tão violento que historicamente marca essa sociedade ”, disse o ex-ministro.

Ao tomar a palavra, o blogueiro Paulo Henrique Amorim falou que a imprensa hoje é o primeiro poder. Segundo ele, a imprensa e o judiciário governam o país. “O primeiro poder se manifesta no Brasil de uma forma rigorosa, pra não dizer criminosa. Só pra falar dos acontecimentos de hoje [referindo à decisão da juíza Maria Priscilla Ernandes Veiga de Oliveira transferir a denúncia contra Lula para Sérgio Moro], nós vimos um espetáculo que eu diria que demonstram o regime em que imprensa e o judiciário governam o país”, afirma o autor do livro “Quarto Poder”.

Ele também comentou as manifestações realizadas no domingo, dia 13, e disse que as ruas do país foram ocupadas pela ‘Pátria Branca’. “Tivemos uma manifestação da pátria branca, as ruas do Brasil foram ocupadas pela Pátria Branca, o blog Conversa Fiada disse logo, às 13 horas de ontem [domingo], que se tratava de uma manifestação do Brasil branco. Como todos sabem, o Brasil é segunda nação mais negra do mundo, só tem mais negro na Nigéria do que no Brasil. Não tinha um negro nas passeatas, tinha mais negro na frente do apartamento do Lula, em São Bernardo, do que em todas as passeatas juntas”, frisou o blogueiro.

Sobre o seu livro “Quarto Poder – Uma outra história”, o jornalista e blogueiro relatou que, a partir de suas anotações de anos como repórter, resolveu revelar os bastidores das coberturas jornalísticas que viveu. O autor explicou que o livro é fruto de quatro anos de trabalho sobre os bastidores dos seus 50 anos de jornalismo.

Após apresentação da obra, o jornalista e criador do blog Conversa Afiada autografou os livros.
 

Fonte: Cláudio Motta Jr. e Foto: Elineudo Meira

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