O aumento do imposto sobre a gasolina, anunciado na última quinta-feira (20), contraria todo o discurso mantido pelo governo golpista entre 2016 e 2017. O presidente ilegítimo Michel Temer (PMDB) e o ministro da Fazenda Henrique Meirelles prometeram que, caso a PEC dos Gastos (Proposta de Emenda Constitucional que limitou os gastos públicos nos próximos 20 anos) fosse aprovada, não aumentariam os impostos.
Não foi o que aconteceu: a PEC foi aprovada em dezembro de 2016, mas, cerca de 6 meses depois, o PIS-Cofins sobre a gasolina dobrou. Sobre o diesel, o aumento foi de 80%, causando um impacto imediato no bolso do consumidor final e de toda a cadeia produtiva.
Pelo Facebook, a presidenta eleita Dilma Rousseff lembrou que sempre teve muito cuidado e parcimônia ao aumentar preços de combustíveis, devido ao impacto inflacionário da medida.
A presidenta afirmou que Temer estipulou uma meta orçamentária folgada, isto é: com um déficit (quando os gastos ultrapassam as receitas) muito maior do que o realmente previsto. Mesmo assim, vai ter dificuldade em cumpri-lo e por isso, teve de aumentar os impostos.
“A meta superestimada vai estourar e, em desespero, o governo está aumentando impostos. O maior aumento de preço em 13 anos”, disse.
Mesmo com cortes de gastos, a arrecadação tem caído. Isso porque a economia não voltou a crescer com os cortes em investimentos e gastos sociais. De janeiro a maio, a arrecadação caiu 3,3% na comparação com 2016. Já os gastos, foram reduzidos em 1,1%, sendo que os investimentos desabaram 48%.
“O governo assumiu compromisso público de que caso a PEC fosse aprovada não teria aumento de impostos. Além de equívoco econômico, é mais uma falsidade promovida pelo governo”, afirmou o deputado Paulo Pimenta (PT-RS).
“O que foi dito quando foi feita a PEC do Teto? Agora o gasto tá controlado, não terá aumento de impostos e vamos até 2029 ter equilíbrio fiscal, retomar investimento, crescimento e emprego”, lembra o deputado José Guimarães (PT-CE).
“Em primeiro lugar, tivemos rombo fiscal do governo. Depois, mais contingenciamento de gastos. E agora, aumento de impostos”, diz o deputado
Para Vagner Freitas, presidente da CUT, o trabalhador será o mais prejudicado com o aumento. “O Brasil precisa ter recurso para política pública, e uma reforma tributária para fazer aqueles que ganham mais paguem mais impostos”, afirmou.
Vagner acredita que, além dos investimentos públicos em queda, o Brasil perdeu investimento do setor privado pela falta de credibilidade do governo.
“O Temer está aumentando imposto porque ninguém quer investir no Brasil com um presidente denunciado, que não tem representatividade”, diz.
Pimenta lembra que, nos últimos dias, foram feitos cortes na Polícia Federal, fechamento de postos da Polícia Rodoviária Federal e de 40% das agências do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Além disso, recursos para institutos federais foram cortados e estão no limite da insolvência, segundo o deputado. “Sempre defendemos enfrentar a crise com crescimento econômico. Agora, o aumento de impostos agrava a desaceleração, gera mais desemprego e mais paralisia na economia”, conclui.
“Temer vai aumentar imposto pra cobrir rombo das contas públicas, não é para melhorar a vida da população””, reforçou Vagner.
Fonte: Redação da Agência PT de Notícias