Segundo o estudo, no último ano o planeta somou 83,5 gigawatts (GW) a sua capacidade de geração de energia limpa, dividida em 30 GW de fonte solar e 43GW em eólica. Ao todo, o planeta agora pode produzir 565GW deste tipo de energia, o equivalente a quase 40 usinas de Itaipu, no Paraná.
Por Carta Capital
Sexta-feira, 13 de abril de 2012
O Brasil é o décimo país que mais investe em energia limpa no mundo, segundo o relatório Who is Winning the Clean Energy Race (Quem Está Ganhando a Corrida da Energia Limpa, em tradução livre), publicado pela Pew Charitable Trusts e compilado pela Bloomberg New Energy Finance. Os dados, que não incluem energia nuclear, mostram gastos de 8 bilhões de dólares pelo País no setor em 2011, contra os 6,9 bilhões do ano anterior.
No mundo, o financiamento destas tecnologias somou 263 bilhões de dólares no período, 6,5% a mais do que em 2010. Por outro lado, os países do G20 respondem por 95% deste valor. Entre eles estão os BRICS – grupo das economias emergentes que mais crescem no planeta –, que emplacaram também a China e a Índia no ranking dos dez países mais bem posicionados.
Os Estados Unidos são o país que dispenderam o maior investimento no setor em 2011, com mais de 48 bilhões de dólares, contra os 34 bilhões de 2010. Em seguida aparece a China, com 45,5 bilhões de dólares, apenas 500 milhões de dólares acima do resultado de 2010, quando liderava a lista.
Segundo o estudo, no último ano o planeta somou 83,5 gigawatts (GW) a sua capacidade de geração de energia limpa, dividida em 30 GW de fonte solar e 43GW em eólica. Ao todo, o planeta agora pode produzir 565GW deste tipo de energia, o equivalente a quase 40 usinas de Itaipu, no Paraná.
O prognóstico para investimento em energias limpas no Brasil é promissor, de acordo com Mauricio Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que, durante um recente evento da série Diálogos Capitais, qualificou o potencial de geração de energia eólica e solar no Nordeste brasileiro como “Pré-sal” da região.
Esta riqueza seria, inclusive, um diferencial de uma das regiões mais carentes do País. “Esta é a chance de o Nordeste se tornar autosuficiente energeticamente e interiorizar desenvolvimento tecnológico e renda”, observou o governador do Ceará Cid Gomes.
De acordo com levantamentos da EPE, o potencial eólico brasileiro é estimado hoje em, no mínimo, 143 GW – o que equivale à produção de dez usinas de Itapu.
Alguns estados como Bahia, Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco já se apressam para atrair empresas do setor e surfar na onda do desenvolvimento trazido pelos parques eólicos. “Com os 18 parques e 69 usinas já contratadas, produziremos 1818MW até 2016. Esse valor atende a todas as demandas de nosso estado e já nos torna autosuficientes em energia”, declarou Gomes.