“A Folha de S.Paulo está na campanha do Serra, qualquer pessoa com um mínimo de bom senso vê isso”, acusa Berzoini, em entrevista à Rede Brasil Atual. “Então, tudo o que ela puder criar de matérias que passem a ideia de que o PT é um partido que se dedica a manobras, artimanhas, a fazer jogo baixo é interessante para eles”, completa.
Ainda no domingo, o deputado, em campanha de reeleição, publicou nota desmentindo as acusações. Ele defende ainda dois outros funcionários do Banco do Brasil acusados no texto e manifesta seu apreço por Mantega na pasta da Fazenda. Além disso, ainda lembra que a carta apócrifa com acusações foi tema de nota no jornal Valor Econômico, ainda em maio.
A reportagem da Folha sustenta, com base em declarações de pessoas “da estrutura do governo” que falaram em condição de anonimato, que o dossiê falso é atribuído a lideranças ligadas ao PT e ao sindicalismo bancário. O material acusa a filha de Mantega, Marina, de reunir-se com Paulo Caffarelli, vice-presidente do Banco do Brasil, para fazer tráfico de influência. O imbróglio envolvia o fato de que o ministro da Fazenda defendia Caffarelli na presidência do fundo de previdência dos funcionários do Banco (Previ).
Na visão de Berzoini, entre membros do primeiro escalão do governo, não há nenhum crédito nem para a acusação contra as lideranças egressas do sindicalismo bancário nem para as informações falsas do dossiê. Ele critica ainda o uso de declarações “off the record”, em que o nome da fonte da informação é ocultado.
“O off é pior do que carta apócrifa, é o último reduto dos canalhas”, afirma. O jornal cita nove pessoas que teriam confirmado as suspeitas. “Em off, sempre tem um oportunista para falar. (O jornalista) pode ouvir pessoas do terceiro ou quarto escalão, pessoas de quem ele gosta e (que) tenha prazer de ouvir”, reclama.
O ex-presidente do PT também vê uma tentativa de desqualificar lideranças sindicais. “Como temos uma bancada sindical grande na Câmara e no Senado, temos um presidente da República, a governadora do Pará e da Bahia, e vários ministros com origem sindical, eles se sentem incomodados, acham errado”, critica.
“Para setores da mídia, sindicalista é um cidadão de segunda categoria. Até hoje, não se conformam de um sindicalista ter chegado à Presidência da República”, sustenta. “Sempre que podem, procuram desqualificar o sindicalismo; a matéria (de domingo) serve a isso também”, reitera.
por: Rede Brasil Atual