A noite desta segunda-feira foi marcada por ato que celebrou o Dia de Luta Contra a Criminalização dos Movimentos Sociais. Geralmente realizado no dia 5 de abril, o ato foi realizado no auditório Prestes Maia da Câmara Municipal de São Paulo e reuniu diversas lideranças de movimentos sociais e populares para refletir sobre a conjuntura política, a pauta dos trabalhadores e a recente onda conservadora.
Iniciativa do ex-vereador e atual secretário de Governo da Prefeitura de São Paulo, Chico Macena, o dia de Luta Contra a Criminalização dos Movimentos Sociais é celebrado numa data que marcou a absolvição de Luiz Gonzaga da Silva, o Gegê, em 2011, num processo que se arrastou por 9 anos e tentou condená-lo por um crime que ele não cometeu, além de criminalizar os movimentos sociais.
“Quando eu falo nos dias 4 e 5 de abril de 2011, é falar parte de nossa história, é falar da classe trabalhadora”. Foi assim que Gegê, líder do MMC (Movimento de Moradia do Centro), iniciou o seu discurso no ato. Gegê também falou sobre a transformação que o país passou durante os governos do PT e refletiu sobre o papel transformador de cada cidadão. “Eu tenho critica sérias aos doze anos [de governo], mas, companheiros e companheiras, esse país mudou e tem que mudar muito mais. Ele só mudará se você souber qual o seu papel em toda essa história”, disse.
Irmão do Gegê, o cantor e compositor Chico Cesar apresentou uma música inédita em especial ao ato. Na canção “Reis do agronegócio”, o cantor exalta a luta dos movimentos populares em prol dos direitos humanos.
“Nós sabemos que a Criminalização dos Movimentos Sociais e Populares acontece sempre. Aconteceu alguns anos atrás com o MST [Movimento dos Trabalhadores sem Terra], sabemos que foram homens e mulheres presos, de lá pra cá veio para o urbano e aconteceu com Gegê e foram anos e anos dessa perseguição”. Assim, Dona Nelma Silva de Oliveira, dirigente do Movimento de Moradia, lembra a luta dos movimentos contra a criminalização. Em sua explanação, ela também comentou as reações que a elite tem feito contra os mais pobres. “O de cima não quer ver o de baixo progredir”, disse.
A defesa da democracia e o combate a corrupção foram lembrados pelo secretário de comunicação do Diretório Estadual do PT-SP, Aparecido Luiz da Silva, o Cidão. Em sua fala, ele também pontuou que o governo do PT não vai deixar criminalizar os movimentos sociais e populares e que os movimentos devem denunciar a corrupção no governo de São Paulo. “Eu acho que é hora da gente ‘sem medo de ser feliz’, como dizia a campanha do Lula, ir pra rua mesmo e defender a democracia e combate a corrupção e vamos mostrar que aqui no estado de São Paulo tem muita corrupção a ser combatida”, afirmou.
Líder da bancada petista na Câmara, a vereadora Juliana Cardoso conclamou a militância a continuar na luta. “A gente não pode desistir de sonhar, a gente não pode desistir e nem esmorecer pra luta (…) Nós não podemos abaixar nossas bandeiras”, disse. A vereadora ainda destacou que os movimentos sociais tem reivindicações que nem sempre seguem a agenda do governo. “O governo tem que fazer o papel dele, os movimentos e seus partidos tem que fazer o seu papel e o nosso papel é lutar por uma sociedade mais justa”, concluiu.
A absolvição de Gegê foi celebrada na fala do sindicalista e uns dos fundadores do PT, Paulo Skromov, e do advogado Guilherme Madi, que o defendeu no julgamento. Guilherme lembrou que após o veredito, Gegê recebeu abraço de um jurado, fato que, em sua avaliação, significou muito para a luta dos Movimentos Sociais e Populares.
Fonte: Imprensa PT- SP