Militantes do Partido dos Trabalhadores integraram uma passeata pelo Dia Internacional da Mulher, na tarde desta terça-feira (08) em São Paulo. O ato, com concentração no vão livre do Masp, teve como tema “Mulheres nas ruas por liberdade, autonomia e democracia para lutar pela legalização do aborto, contra o ajuste fiscal e reforma da previdência e o fim da violência” e contou com apoio de diversos movimentos sociais.
Integrante da executiva municipal do PT de Guarulhos, Cássia Gomes compareceu a manifestação com outras 147 mulheres da cidade da Grande São Paulo. “Só existe o feminismo porque existe uma desigualdade social entre homens e mulheres na sociedade. Hoje marchamos contra o retrocesso aqui na Avenida Paulista, palco de muitas manifestações reacionárias. Esse 8 de março, especificamente, serve para mostrar para os conservadores do Congresso que nós mulheres já lutamos muito e temos força para continuar na briga por melhores condições sociais, de liberdades e direitos básico. Não vamos aceitar o retrocesso”, alegou.
Cássia, que também representa o Estado de São Paulo na Secretaria Nacional de Mulheres do PT, discorda que a data seja propícia para festividades. “Vejo esse dia mais como reflexão por conquistas que temos pela frente”, disse. A petista listou ainda conquistas históricas do movimento feminista: melhores condições de trabalho e salário, creches e representatividade política. “Não vamos aceitar jamais o retrocesso”.
A defesa do governo Dilma também era presente pelas militantes e “não vai ter golpe” foi um dos gritos comuns no ato, que terminou na Praça da República, em frente à Secretaria de Estadual de Educação do Estado de São Paulo.
Aborto na pauta
A pedagoga Mari Brito, militante há 30 anos no PT, participou do ato com um adesivo em defesa do aborto colado na camiseta. “Essa é uma pauta muito polêmica porque mexe com valores, mas esse assunto é muito importante de se discutir, sobretudo porque está muito longe de se ter uma política pública sobre o assunto”, falou ao recordar “que todos os dias mulheres, principalmente as mais pobres e menos instruídas, morrem após submeterem ao procedimento”.
Fora Cunha
Uma das maiores faixas na passeata era uma escrita “Fora Cunha”, em alusão ao presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB – RJ). “O Cunha, com suas leis ultraconservadoras, continua sendo uma ameaça para as mulheres. Nós lutamos por liberdade e autonomia para fazermos o que quisermos com as nossas vidas”, explicou Gicélia Bittencourt, secretária de mulheres do CTB, central sindical que levou a faixa com aproximadamente 30 metros de comprimento por cinco de altura.
Em outubro de 2015, um projeto de lei do deputado que dificulta o aborto em casos de estupro foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça, provocando uma série de atos contrários à lei e ao político em todo o Brasil.
Além do PT, outros partidos e movimentos sociais participaram do ato, como Psol, PCdoB, Frente de Luta por Moradia (FLM), União Nacional dos Estudantes (UNE) e Movimento de Mulheres Olga Benário.
Fonte: Camilla Feltrin, para Agência PT de Notícias