Vítima recente de ataques e demonstrações de ódio, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) acredita que a campanha espalhada na rede contra ele faz parte de uma tentativa de intimidar a liderança do PT.
No dia 28 de maio, deputados da base do governo, entre eles, Pimenta e Maria do Rosário (PT-RS), foram impedidos de conceder entrevista coletiva e atacados por um integrante do “Revoltados Online” sem credencial, passando-se por jornalista. O episódio reverberou nas redes sociais e culminou em uma série de mensagens com ameaças ao parlamentar, em seu perfil no Facebook.
Para Pimenta, a ação foi praticada por “um grupo reacionário”, pelo fato de o partido ser uma ferramenta de luta e resistência. Segundo ele, são ataques de um segmento social de direita e de extrema-direita. “Eles manifestam nas ruas pela volta a ditadura militar, são homofóbicos, racistas, contra direitos previdenciários para empregadas domésticas, contra o Prouni e a favor da redução da maioridade penal”, analisa.
O deputado lembra que antes de interromper a coletiva, o grupo participou de audiência na Presidência da Câmara, com a presença de vários líderes partidários.
Quanto às agressões, o petista entrará com representações na Polícia Federal (PF), no Ministério Público (MP) e na Procuradoria da Câmara dos Deputados. “Porque acredito que haja um limite para isso”, desabafa.
Segundo o deputado, mesmo diante da baixa representatividade popular, o grupo tem grande visibilidade na mídia e se esconde atrás de partidos de direita. O “Revoltados Online” faz uso de campanha em outdoor, trio elétrico, viajam de avião em grandes grupos e ficam hospedados em bons hotéis.
“Então eles têm cúmplices dos crimes que cometem. Quem financia isso tudo? A partir do momento que eles cometem crimes, tem de ver quem os está financiando”, expõe Pimenta.
O deputado estuda ainda qual medida adotará contra o que chamou de “baixaria e falta de escrúpulos”. Em meio aos ataques direcionados ao petista, foi criado um perfil falso de sua filha de 11 anos, do qual partiu uma série de publicações com manifestações de ódio e racistas.
Para o deputado Vicentinho (PT-SP), quanto mais o partido é atacado, mais os correligionários e simpatizantes devem se unir em torno dele e defende-lo. “É um momento de dificuldade e é por isso que devemos nos unir e darmos as mãos cada vez mais. É por isso que eu sou PT e cada vez mais PT. Temos de ter muita unidade, sobretudo dentro do partido”, ressalta Vicentinho.
Vicentinho disse não ter dúvidas quanto aos ataques de ódio ao partido serem pela intolerância de quatro governos sucessivos do PT. Segundo ele, a visibilidade alcançada por uma pequena parcela social insatisfeita é fruto de uma mídia covarde.
“Eles não engolem os governos do ex-presidente Lula e da presidenta Dilma. Mas como são covardes, pegam um grupo de gente, também covarde, que não tem argumentos e usam o ódio para se expressar”, revela Vicentinho.
Para o cientista político da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Michel Zaidan, o Brasil está vivendo um período “profundamente conservador”, fruto de um período de grande avanço político. Zaidan também atribui a participação da imprensa nesse processo de ataque ao partido.
“Tenho analisado os principais jornais do país e o tom é muito crítico em relação a tudo. Sobre tudo da ‘Rede Globo’, os jornais, os comentaristas. Então, não me surpreende que o PT e a presidente estejam na berlinda, nesse momento”, destaca Zaidan.
Professor Zaidan afirmou ainda não ter dúvidas de que tudo isso é uma “orquestração” com interesses “pouco republicanos” de criar uma situação de caos, de ingovernabilidade para se tirar proveito. O resultado, segundo o professor, pode ser uma ditadura militar, ou um regime de direita “protofascista”.
“Há uma grande manipulação da opinião pública. O que pode vir como consequência de uma grande crise política é algo que poucas pessoas vão gostar”, esclarece o professor.
Fonte: Agência PT de Notícias