Alckmin usa manobra para reduzir estatística de homicídios em SP

 

O governo de São Paulo, comandado por Geraldo Alckmin (PSDB), utilizou uma manobra para maquiar o balanço oficial de homicídios no estado. No cálculo da Secretaria de Segurança Pública de SP, as mortes cometidas por policias militares de folga e em legítima defesa foram desconsideradas. Com a estratégia, 102 mortes, em seis meses, foram excluídas dos dados.

A mudança na metodologia começou em abril, primeiros meses da gestão do atual secretário de Segurança Pública do estado, Alexandre de Moraes. A decisão de excluir os dados do relatório não foi previamente avisada, segundo informação do jornal “Folha de São Paulo”, publicada nesta segunda-feira (9).

Nos seis meses em que houve a mudança de metodologia de Alckmin na divulgação das estatísticas, o governo diz ter diminuído em 16,3% os homicídios da capital e em 13,2% no estado, em relação ao mesmo período do ano passado. Porém, se forem considerados os critérios usados há uma década, a queda passa a ser de 6,7% e 8,1%, respectivamente.

Segundo a secretaria, pela primeira vez desde 2001 a taxa de homicídios no estado ficou em 9,1 mortes a cada 100 mil habitantes. No entanto, se os homicídios cometidos por PMs não tivessem sido excluídos, o índice seria de 9,4, o mesmo do mês de julho.

O governo de Geraldo Alckmin afirma que essa nova forma de criar a estatística segue uma metologia internacional, mas não explica qual.

Segundo a pesquisador Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileira de Segurança Pública, entrevistada pela “Folha de São Paulo”, quando se muda uma metologia que impacta nós indicadores de letalidade policial como nos homicídios é necessário explicar isso a sociedade.

Ainda de acordo com a pesquisadora, é preciso uma alteração em toda a séria histórica para poder voltar a comparar os casos de homicídios.

Os dados divulgados neste ano foram comparados com os de 2014, mas sem a retirada das mortes cometidas por policias militares em folga. Para o secretário Alexandre de Moraes, a queda nos dados se deve há “eficácia do trabalho policial” e não na maquiagem das estatísticas.

Fonte: Agência PT de Notícias, com informações do jornal “Folha de São Paulo”

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