Carta divulgada pelo SindSaúde denuncia o projeto do governo do Estado de privatização da unidade.
Por SindSaúde-SP
Os trabalhadores e usuários do CAISM da Água Funda, indignados com a intenção do governo do Estado de privatizar a unidade, divulgam manifesto denunciando o projeto e buscando o apoio da sociedade para evitar mais um golpe contra a saúde pública no estado de São Paulo.
Acompanhe carta na íntegra
Dignidade à saúde mental. Somos contra a privatização do água Funda.
Somos trabalhadores do CAISM da Água Funda, somos trabalhadores do SUS, da saúde mental e há anos lutamos para efetivar as conquistas da reforma sanitária e da reforma psiquiátrica. Falamos também por milhares de usuários que já atendemos e por toda uma história de respeito à dignidade da pessoa em sofrimento psíquico. Falamos também pelos movimentos sociais e por todos que defendem os direitos humanos e são contra políticas de higienização social como a internação compulsória.
Aqui neste Centro de Saúde Mental – CAISM da Água Funda – Dr. David Capistrano da Costa Filho, o melhor do Brasil — avaliado pelo Ministério da Saúde — está em vias de acontecer um grande ataque à saúde das pessoas, ao serviço e á política de saúde mental, aos trabalhadores e aos usuários do SUS e familiares.
Articulado pelo defensor do “manicômio álcool e drogas” Ronaldo Laranjeira e pelo “privatizador” Alckmin está acontecendo a “venda” do CAISM Água Funda através da privatização, via o modelo de Organização Social (OSS), para uma possível administração de Laranjeira e sua entidade. Vão transformar um Centro de excelência em saúde mental em um centro de internação de álcool e drogas para atender as demandas de uma “higienização social” absurda que querem promover com a chegada de grandes eventos. Vão acabar com serviços e dizer que estão criando serviços.
Somos contra qualquer forma de privatização. Acreditamos que para a implantação de um novo serviço que sabemos ser necessário que é o atendimento ao usuário de álcool e drogas , um serviço de qualidade reconhecida não precisa deixar de existir, serviço este com qualidade e reconhecido em avaliação do PNASH (Programa de Nacional de Avaliação de Serviços Hospitalares) .
A pretensão é extinguir um serviço de excelência e modelo em saúde mental que segue estritamente a política da reforma psiquiátrica da Lei Paulo Delgado, com serviços como CAPS/NAC 125 pacientes, 40 pacientes em residência terapêutica, internação de psicóticos agudos e reagudizados com 52 leitos, e dependência química com ou sem comorbidade (27 leitos) que vão ser “depositados” em qualquer lugar.- um programa que é o único serviço do estado que atende comorbidade em saúde mental e dependência química, com profissionais qualificados e com atendimento inteiramente humanizado dialogando com as diversas redes do território).
NOSSA PERGUNTA É PARA ONDE E COMO SERÁ FEITA A TRANSIÇÃO DESSA POPULAÇÃO?
Os trabalhadores e usuários estão indignados e assim como os diversos movimentos internacionais, dos indignados da Espanha, dos estudantes do Chile, do ocupe Walt Street dos Estados Unidos, nós vamos lutar pelo que acreditamos, pelo nosso trabalho e pela nossa história. Fazendo a luta política, jurídica e principalmente fazendo a luta nas ruas.
Em defesa da reforma sanitária e da reforma psiquiátrica:
SOMOS CONTRA A MERCANTILIZAÇÃO DA SAÚDE
SOMOS CONTRA A PRIVATIZAÇÃO DO ÁGUA FUNDA
SOMOS CONTRA O “DESPEJO” E A DESASSISTÊNCIA EM SAÚDE PROMOVIDA POR ESTA POLÍTICA
Comissão de Mobilização em Defesa do CAISM da Água Funda