No domingo (27), a Secretaria Municipal da Juventude do Partido dos Trabalhadores da capital paulistana fará o seu 3º Congresso da JPT. Antes disso, a Rádio Linha Direta, em conjunto com a comissão organizadora do 3º congresso da JPT, está fazendo uma série de entrevistas com os candidatos (as) a secretário (a) da JPT sampa: Luna Zarattini, Danylo Bomtempo e Vitor Marques.
Integrante da plataforma digital Jornalistas Livres e do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, a jornalista Larissa Gould é quem tem realizado as entrevistas para o programa especial da Rádio Linha Direta.
Último da série com os três candidatos, Vitor Marques tem 22 anos é estudante de Direito pela PUC de São Paulo [Pontifícia Universidade Católica de São Paulo] e milita no movimento estudantil. Prounista [Programa Universidade para Todos], ele é natural de Mirassol, no interior paulista, e mora em São Paulo há quatro anos.
Candidato pela chapa Construindo um Novo Brasil, Vitor Marques avalia que a juventude precisa resgatar o legado dos projetos conquistados nos governos petistas e buscar superar antigos desafios. “A conjuntura em 2010 era outra coisa. Acho que o desafio posto naquele momento era outro e muito diferente dos desafios que nós estamos enfrentando agora. Acho que o PT conseguiu transformar o Brasil, isso é claro, milhões de jovens nas universidades. É claro que temos que olhar pra trás e ver os desafios que ainda não conseguimos superar”, disse.
Na entrevista, Vitor pontuou que o Congresso é importante não só para a Juventude, bem como o PT de uma forma geral e frisou a necessidade de levar os jovens para os movimentos sociais. “Esse congresso não é importante só para a juventude do PT, esse congresso é importante para o futuro do PT. Eu acho que tem uma geração que pode oxigenar o partido, que pode contribuir com as formas de organização […] Acho que temos que levar a juventude do PT para os movimentos”, ponderou.
Para a JPT, Vitor propõe mais espaços de discussões, com debates permanentes e reuniões ampliadas. “Temos que ter debates permanentes sobre vários assuntos que a gente chama de ‘Dia de Debate’, construir um espaço permanente que consiga discutir e analisar pautas que extrapolam a juventude. Acho que, na questão de organização, nós temos que estar sensível e interagir com as organizações dos jovens que estão fora, mas do mesmo lado da história que a gente. Acho que são exemplos por toda cidade e trazendo esses exemplos pra dentro do PT, acho que as reuniões da juventude do PT têm que ser ampliadas, com os mais diversos segmentos. A gente teve uma experiência recentemente que foi a construção da chapa para eleição do Conselho Municipal para a Juventude. Às vezes, fizemos reuniões com vários movimentos […] são vários movimentos que estão além do PT e que podem estar somando com a gente, em uma avaliação com a conjuntura, acho que nós temos que ampliar os nossos espaços de discussões”, explicou.
O candidato ao cargo de secretário da JPT Sampa também falou sobre o eixo central do 3º Congresso da JPT: o genocídio da juventude negra e disse que a JPT tem que questionar e fazer esse debate em todos o lugares. “Eu vejo a secretaria [JPT] como um instrumento, nós temos que fortalecer esse instrumento para questionar. Em 2002 eu tinha oito anos. De lá pra cá eu cresci nos governos Lula e Dilma, passei entender política nesses governos e é uma geração que reconhece que tivemos avanços, mas, ao mesmo tempo, hoje tenho oportunidade de ter o Prouni e estar em uma universidade. A gente conseguiu avançar na ampliação do ensino técnico e universitário federal. O mesmo jovem que tem a chance de entrar na universidade é o jovem que pode morrer na periferia. Então, acho que a juventude do PT tem que ser um instrumento pra questionar, construir um caldo de mobilização, de articulação pra questionar isso. Eu vou além. É central discutir o genocídio da juventude negra, mas tem outro problema que é a questão do encarceramento pobre, negra e periférica. Hoje, se alguém é abordado alí na vila Madalena tem um tratamento, se a pessoa é abordada lá em São Miguel tem um outro tratamento, se for abordado em Heliópolis tem outro tratamento. Então, nós temos que questionar isso porque, tanto o genocídio que mata juventude negra e encarceramento que coloca negro, pobre na periferia, são coisas que estão ligadas entre si. Nós temos que questionar e construir debate”, frisou.
Ao final, Vitor conclamou a juventude petista e os simpatizantes ingressarem no PT e ponderou que aceitou o desafio de ser candidato a secretario para construir os espaços para ouvir cada vez mais a juventude e ter a responsabilidade de construir esses partido. “Aceitei esse desafio de forma coletiva, por que muitas vezes se espera uma postura, autonomia da juventude. Acho que pra juventude ter essa autonomia e ter essa postura, a juventude tem que construir a iniciativa, tem que partir da juventude. Então, a gente vem no processo de agregar, de abrir as portas do PT. Temos a condição de construir espaços para ouvir cada vez mais, nós temos a responsabilidade de conduzir esse partido pra frente, fazer que ele avance mais”, completou.
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