Nota em defesa da organização do 8 de março de São Paulo

Divulgação

“Me quiseram acuada

Ergui meu punho em riste”

 

Nós, da organização do 8 de Março Unificado de São Paulo, viemos a público denunciar e repudiar a violência misógina e racista perpetrada em nossa manifestação na Avenida Paulista. Durante semanas, diversas organizações do movimento feminista, negro, sindical, estudantil, de moradia, de luta pela terra, da luta por justiça reprodutiva, ambientalistas, LBTQIA+s (Lésbicas, Bissexuais, Trans, Travestis, Queer, Intersexo, Assexuais e mais) e partidos políticos, reuniram-se em intensos debates para a construção do ato do 8 de Março Unificado.

Fomos às ruas para denunciar o ataque de Ricardo Nunes aos nossos direitos sexuais e reprodutivos na cidade de São Paulo ao suspender o serviço de aborto legal no Hospital Vila Nova Cachoeirinha, as privatizações realizadas pelo governo Tarcísio, que avança na precarização de nossas vidas, o aumento da violência doméstica, feminicídos e o genocídio do povo negro na Baixada Santista e palestino em Gaza.

Ocupamos as ruas de São Paulo em nossa diversidade política para defender a democracia, nossas vidas e nos colocar em mais um momento de resistência contra o fascismo no Brasil, como temos feito ao longo de anos. Reunimos milhares de mulheres na rua, mostrando a força do nosso movimento e das nossas reivindicações.

Com objetivo de assegurar a nossa unidade e construção política, todas as organizações que constroem o 8 de Março Unificado acordaram que as falas durante a manifestação seriam somente de coletivos, entidades, partidos e movimentos sociais que construíram esse processo político em nossas diversas reuniões, ao longo de meses, garantindo assim que as mais de 70 organizações que construíram ativamente o ato, teriam o direito de fala preservado.

Infelizmente, no dia da nossa manifestação, nos confrontamos com um setor que se diz de esquerda e ao saber que não iríamos abrir a fala para quem não construiu esse amplo processo de discussão política que realizamos, resolveu impedir a realização do ato. A militância de tal organização, o PCO, intimidou as mulheres de todas as organizações políticas que construíram a manifestação do 8 de Março Unificado. Colocaram homens para agredir companheiras e tentaram por diversas vezes impedir que o ato tivesse continuidade. Vivenciamos um brutal episódio de violência política de gênero em pleno Dia Internacional de Luta das Mulheres!

Esses são métodos do fascismo e repudiamos que sejam utilizados no espaço políticos que construímos! É importante registrar que não é a primeira vez que identificamos a atuação truculenta desse agrupamento, deste método de agir, para citar alguns exemplos, tentaram inviabilizar a realização do 20 de novembro de 2023 e de vários atos pró Palestina.

Além de o horror praticado no ato do 8 de Março Unificado, foram publicadas em suas redes sociais, ameaças feitas pelo PCO após a manifestação do 8 do Março Unificado às mulheres que foram agredidas no caminhão de som e na porta do caminhão, com cabos de bandeiras, com tapas, socos, pontapés, xingamentos machistas, o PCO deu continuidade a sua tentativa de silenciamento, descrédito e violência contra as mulheres, as feministas e seus movimentos, através das redes sociais. Publicaram em suas redes versões distorcidas dos fatos ocorridos e novas ameaças às organizações do 8 de Março, dando também a entender que iriam aprofundar a violência contra os atos dos movimentos sociais e organizações de esquerda, sempre que suas práticas não fossem aceitas.

Não aceitaremos e nem nos calaremos diante de tal postura! Esclarecemos que o PCO não faz parte dos espaços de construção e articulação do movimento feminista e de mulheres de São Paulo e não é, a partir de agora, bem-vindo nos nossos espaços, por se tratar de uma organização com métodos fascistas, misóginos e racistas e que a violência além de denunciada, nunca será tolerada!

Continuaremos nas ruas enfrentando o fascismo e a Extrema Direita, denunciando a violência contra as mulheres que assola nosso país, defendendo a democracia, em ativa solidariedade ao povo palestino e combatendo o extermínio do povo negro.

Quando uma mulher avança, nenhum homem retrocede!

 

Assinam a nota CUT BRASIL | PT | APEOESP | MNU | Marcha Mundial das Mulheres | PCdoB| MTST | MST | UJS | MAB | CMP| Fórum Popular da Natureza | Revolução Solidária | FFE Alto Tietê | Resistência Feminista | FONSANPOTMA – Fórum Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional dos Povos Tradicionais de Matriz Africana | Mandata Coletiva Quilombo Periférico | CIM & Mal-Amadas Teatro Feminista | Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde | Frente pela Legalização do Aborto de São Paulo | Católicas pelo Direito de Decidir | Luta Educadora | PSOL | Marcha das Mulheres Negras de São Paulo | Associação Baobá de Canto Cor | Rede Antirracista Quilombação | UMMSP | Bancada Feminista do PSOL | Afronte! | Feministas Antirracistas Socialistas | RUA – Juventude Anticapitalista | Conspiração Socialista | Juventude do Partido dos Trabalhadores | UBM | LSR – PSOL | Movimento Mulheres em Luta | UEE – SP | SINDSEP | Movimento de Mulheres Olga Benário | Unegro | Intersindical | UPES | FACESP | FNMN Sessão SP | IPAN | Fórum das Mulheres de M’Boi Mirim | Químicos Unificados | PSTU | JN13 | Caminhada de lésbicas e bissexuais de São Paulo | AHDM | CONAM | Coletivo Juntas! | NCST SP | AMESOL | Sindicato dos Arquitetos no Estado de São Paulo | Sociedade de amigos de bairro do jardim nova esperança ( banhado ) | SINPEEM | Sindicato dos metalúrgicas de Caxias do Sul | Subverta | DAP – Diálogo e Ação Petista | Uneafro Brasil | União de Mulheres do Município de São Paulo | Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro | Frente Regional de Mulheres contra Violência Doméstica e de gênero ABCDMRR | Fala Negão, Fala Mulher | PLP SBC | Sindicato dos Psicólogos de São Paulo | CONEN | Oriashe | Fórum de promotoras legais populares de são Paulo | SOF Sempreviva Organização Feminista | CSP Conlutas – SP

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