Texto Reflexivo/ candidata Marilandia Frazão 600 Chapa 700

Caminhar na unidade na luta dentro do partido dos trabalhadores e trabalhadoras resultou:
Em 1982 foi criada a primeira comissão estadual de negras e negros do PT, como objetivo de debater e promover a questão racial interior do partido. Essa comissão inicia com a participação eleitoral indicando nesse ano a candidatura de Milton Barbosa para deputado federal e Clovis Castro para deputado estadual. Esse trabalho foi realizado no campo do diálogo na construção da unidade entre negras e negros do PT.
Em 1987 no I Encontro Nacional do PT e a Questão Racial, realizado em Brasília teve uma participação significativa de negros e negras.
Em 1995 acontece o décimo encontro nacional em Guarapari no Espírito Santo com delegados e delegadas neste encontro, foi criada a Secretaria Nacional de Combate ao Racismo do PT, tempos depois, foi criada a Secretaria Estadual de combate ao Racismo e a Secretaria Municipal de Combate ao Racismo, São Paulo/ Capital.
Podemos destacar que a cidade de São Paulo tem um número elevado de negros e negros, de acordo com os dados do IBGE 2010 e PNAD 2012.
O nosso desafio político que nos atormenta num país nefasto destruído por um governo fascista, racista, homofôbico e misógino.
O executivo e o legislativo deverão ser orientados pelos princípios da não discriminação, do genocídio da população negra e jovem, nos territórios e periferias, com a finalidade de exercer o controle social e propor políticas de promoção da igualdade racial e participação.
O nosso desafio político de resgate ao PT, portanto deve contar como apoio explícito dos líderes comunitários e da sociedade civil organizada, considerando se ainda a reativação dos núcleos de base e os setoriais e secretarias com o poder de decisão e autonomia e respeito as decisões dos diretórios municipais e estaduais.
O fortalecimento das representações no interior do partido na capital e ainda a garantia da retomada da formação política para a militância e novos filiados. É fundamental a contribuição do PT para a redução dos impactos negativos das desigualdades raciais existentes na sociedade brasileira.
Contribuir na implementação na lei de cotas no serviço público, no Estatuto da Igualdade Racial, na lei federal 10.639/03 e na lei 11.645/08 cultura indígena, na educação.
Propor a criação da Coordenação de Combate ao Racismo, ampliando a questão racial nos DZ´s com a proposta de promover a incorporação da questão racial nos territórios.

As relações raciais no Brasil são marcadas por indicações que implicam em vantagens para a população branca e desvantagem para a população negra.
Desigualdade estas que não podem ser explicadas unicamente pela contradição principal que se estabelece entre os que detêm os meios de produção e os que possuem apenas sua força de trabalho.
Outras contradições existem e tem sido expressa pelo movimento negro organizado no Brasil que, a partir da década de 70, ao discutir o racismo enquanto instrumento de exploração de classe consegue dar um novo rumo a luta contra o racismo, o preconceito e a discriminação racial em nosso país. A partir dessa compreensão o movimento negro passa a explicar mais objetivamente por que apesar da industrialização, mobilidade social, urbanização, alcançada pela sociedade brasileira até essa década, essas desigualdades persistem a denunciar que o racismo atua como um instrumento de denominação social determinando a participação inviabilizada de grupos não brancos na estrutura de poder e riqueza da sociedade.
Em contraposição a militância do movimento negro contemporâneo, em parte organizada no PT desde a sua fundação, tem construído outra estratégia, de conteúdo revolucionário (o combate ao racismo é estratégico para a transformação social no Brasil) para a alteração do tratamento das relações raciais e para o combate ao racismo em nosso país.
Mesmo considerando as conquistas obtidas com a criação das Secretarias Nacional, Estadual e Municipal, é uma delas, o debate e a implementação dessa estratégia não foram totalmente incorporada pelo PT nesses seus 41 anos de construção partidária. (II Congresso nacional do PT)
As esquerdas brasileiras até a década de 1970 não possuíam um discurso de combate ao racismo, mas alegavam que suas propostas contemplavam a população negra; o racismo sendo compreendido como consequência da pobreza generalizada dos negros, o que equivale dizer que o racismo é uma questão de classe, raça/etnia, gênero, etária que também afeta as questões relativas à força de trabalho e emprego na inserção da população trabalhadora na estrutura produtiva. (I Encontro Setorial Estadual/ negros e negras PT)
O povo negro ou afrodescendente e os variados estudos que focalizaram o período das manifestações de 2013, ano do impeachment da presidenta Dilma, até a vitória Jair Bolsonaro, em geral não dedicam a devida importância ao povo negro. Quando muito fazem menções que acabam virando bordões do tipo: a casa branca treme quando a senzala desce o morro, e a insistente menção a dinâmica Casa Branca X Senzala, como se variáveis igualmente importantes não tivessem permeado a História do Brasil, desde a abolição do trabalho escravizado, nos reporta a compreender como mulheres e homens negras e negros foram tratados no país durante o período republicano como o Estado respondeu com fúria assassina suas lutas por direitos os mais elementares. Assim, quando os analistas e escritores brancos e de classe média falam em períodos democráticos, em nosso país, a gente sabe que eles não estão nos incluindo em suas análises, porque, se sim, teriam se dado conta de que democracia não nos alcançou.
Diva Moreira/ CENARAB – Eu e Outro
Não é possível abrir mão de fazer parte e construir o setorial de combate ao racismo!
O fim da discriminação racial e as desigualdades sociais são alguns dos pontos mais relevantes que temos que intensificar os debates, sobre as perdas de direitos e ameaças a Democracia, aos pobres, negros, negras, indígenas e LGBTQI+.
Outro aspecto relevante na política são mudanças necessárias na forma e conteúdo que supera o debate de mudança de pessoas. Sobre forma de conduzir as estruturas de se relacionar com os movimentos sociais e a sociedade no âmbito programático, como podemos lidar com o aprofundamento das políticas neoliberais, diante do racismo, fascismo, do genocídio da juventude negra, da violência contra as mulheres, a violação.
De direitos dos povos indígenas, com a identidade e a luta de classe se organiza em novo caminho histórico, na unidade, juntos podemos de fazer mudanças necessárias dentro do partido para reverberar na sociedade.
Não podemos para de lutar pelos nossos direitos, mas sim de começar a ganhar essas lutas, para isso é preciso nos manter livres e vivos na unidade na luta.
O debate tem que ser permanente, pacífico, inclusivo, educador, orientador e libertador.
Não suportamos mais essa cultura estrutural do Estado de violência e impunidade.
“Há grilhões que temos que romper e há feridas que estão expostas, que ainda não cicatrizaram” Senador Paim
Ainda hoje em 2021, negras e negras precisam cotidianamente combater a discriminação racial, o racismo religioso, genocídio da juventude negra, o feminicídio contra as mulheres negras, o encarceramento em massa da população negra.
No cenário atual a crise sanitária e econômica tomou dimensões quase sem controle, neste aviltamento as necessidades da população negras e pobres das comunidades e periferias submetidas ao aumento exacerbada das violências, do desemprego e subemprego, do aumento da miséria, a total ausência do Estado e políticas sociais, a precarização do trabalho, advindo das reformas trabalhista e previdenciária, somadas as retiradas de direitos da classe trabalhadora que assolam em cheio a população negra e pobre.
Em tempo de Coronavírus, a população negra e pobre, a mais desprovida do braço do Estado, já morre todos os dias. O grande e urgente desafio para a maioria da população negra brasileira é manter-se livre e viva e unida na força da unidade.
Poucos temas despertam tanta atenção quanto à segurança pública. Vive se longe uma espécie de paranoia generalizada, intensificada a cada noticiário televisivo, a cada estatística de criminalidade. Não bastasse conviver com uma história de violência estrutural física e psíquica, o negro é ainda hoje submetido a humilhação por parte de policiais mal preparados, que na abordagem não identificam o cidadão e já atiram para matar, por isso nossa grita sempre é: “Parem de nos matar, o povo negro quer viver”

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