Os setoriais inter-religioso estadual e municipal de São Paulo realizaram neste sábado (28) o Seminário Religião e Conjuntura – História da Influência das religiões no Brasil e análise política do avanço religioso no meio político. De acordo com o coordenador municipal do setorial, Jair Alves a ideia é reunir propostas para o 7° Congresso Nacional do PT que ocorrerá em novembro.
A atividade aconteceu na sede do diretório municipal do PT São Paulo no centro e contou com a exposição do professor da PUC, Edin Sued Ambimanssur, doutor em Ciências Sociais e do Pastor Ariovaldo Ramos, fundador da Frente de Evangélicos pelo Estado Democrático de Direito e líder da Comunidade Cristã.
Para o Pastor Ariovaldo Ramos, a mística pentecostal tomou conta da periferia, da base da pirâmide e a esquerda não percebeu isso. A religião evangélica passou a ser a religião dos pobres, pretos e das mulheres. Segundo ele, o grupo étnico que mais se converteu foram os afros descendentes. “A esquerda achou que para esse povo tudo se resolve economicamente e não é verdade, tem um povo que prefere passar fome do que perder sua fé”, afirma Ramos.
De acordo com o professor Edin Sued Abimanssur grande parte a existência do PT se deve a religião. “Não tem como entender o que é o PT ou o que foi, se não considerarmos as pastorais populares que estiveram na base da fundação do partido. O que nos unia ao PT era a luta por direitos humanos, a luta contra a ditadura e pela democratização do país”, afirma ele.
Sued reconhece que o partido não tem linguagem e expertise para lidar com o preto, pobre, pentecostal, e de acordo com ele, esse povo é muito inteligente e sagaz. “Pode não ter uma inteligência discursiva, mas tem intuitiva. Conseguiremos dialogar se o partido mostrar que tem o melhor projeto de país”, destacou ele.
Segundo Anivaldo Padilha da coordenação da Frente nacional Brasil Popular um dos erros crassos é a generalização sobre os evangélicos, que na realidade tem uma grande diversidade e fragmentação. “O fato é que o PT perdeu contato com as bases brasileiras, é um erro dizer que o partido perdeu contato com os evangélicos de forma generalizada”, ressaltou ele.
O evento contou com o cerimonialista, o adventista Marcos Cordeiro, o coordenador do setorial inter-religioso do diretório estadual, Januário Figueiredo e o coordenador do setorial inter-religioso do diretório municipal de São Paulo, o pastor da igreja Metodista, Jair Alves. Participaram do seminário evangélicos, católicos, mulçumanos, espíritas, religiosos de matrizes africanas e judeus.
O setorial Inter-religioso se reúne toda terceiras segunda-feira do mês às 18h30, na sede de um dos diretórios localizados na capital paulista. O setorial é aberto para participação de todas as religiões, inclusive ateus, desde que tenham como missão a defesa da vida, da justiça e da paz.
Acompanhe aqui a transmissão ao vivo do seminário na íntegra
Setorial reforça a luta pela liberdade de Lula
Por Diane Costa da Comunicação do PT São Paulo