O Partido dos Trabalhadores se propõe a abrir um debate amplo com a sociedade brasileira, movimentos sociais e organizações e partidos para a elaboração de um plano de reconstrução do Brasil. A iniciativa consta da resolução Defender a vida, o emprego e a democracia, aprovada pelo Diretório Nacional na segunda-feira, como forma de organizar a luta a política do partido e de sua militância, sob o mote “Fora, Bolsonaro e seu governo. Impeachment, Já!”.
“O PT tem o dever de apresentar desde já suas propostas para a reconstrução econômica, social e dos instrumentos de políticas públicas do estado brasileiro, de forma a apontar os rumos e fortalecer a confiança de que esta reconstrução é não apenas possível, mas absolutamente necessária para o país e para o povo”, diz o texto da nota, divulgado nesta quarta-feira, 17.
A resolução aponta que este é o objetivo do Plano de Reconstrução do Brasil, a partir da constatação de que o país está sendo destruído pela sabotagem do governo de Jair Bolsonaro, que vem prejudicando as ações contra a pandemia do Covid-19 e que resultou no desmonte do Estado.
O Plano de Reconstrução do Brasil está sendo preparado pela Fundação Perseu Abramo juntamente com as secretarias, setoriais e Núcleos de Acompanhamento de Políticas Públicas do PT, sob a coordenação do Centro de Altos Estudos da Fundação Perseu Abramo. “Em torno desse Plano de Reconstrução Nacional, o PT envolverá os partidos, movimentos e frentes num grande debate na sociedade sobre os rumos do país e os caminhos do enfrentamento à crise, para apresentar ao povo brasileiro um programa de curto, médio e longo prazos, articulado com o objetivo de defesa da vida, do emprego, da economia popular e da soberania nacional pós-crise”, diz a resolução.
Enfrentamento do governo Bolsonaro
A idéia e que, tendo em vista o cenário das eleições municipais, o Plano de Reconstrução do País seja instrumento de diálogo com as cidades brasileiras, articulado e com apoio de deputados, senadores, vereadores, prefeitos, vice-prefeitos, lideranças locais e candidatos a prefeitos, vices e vereadores de todo o país. A combinação da luta em torno das candidaturas próprias e de aliados com democracia participativa fortalecerá o enfrentamento ao governo e o projeto ultraneoliberal autoritário que a dupla Jair Bolsonaro e Paulo Guedes representam.
“Nossas candidaturas próprias ou em apoio aos nossos aliados precisam expressar nitidamente programas de governo com profunda participação popular, com democracia participativa que coloque estas administrações municipais como verdadeiras trincheiras na defesa da vida, do emprego e das políticas sociais na saúde, na educação e na habitação popular”, diz a resolução.
O partido alerta que o quadro de crise que vai se instalar pós-pandemia é ainda mais dramático devido aos caminhos políticos e econômicos que o país percorreu depois do Golpe de 2016, que derrubou a presidenta Dilma Rousseff. “A pandemia exacerbou uma situação de miséria, desigualdade, exploração e racismo a que o país foi historicamente submetido pela elite e seus aparatos políticos e econômicos”, acusa o PT.
A legenda também diz que é dever oferecer outra perspectiva de vida em sociedade em que se combata o racismo estrutural, se valorize a ciência, a cultura e as artes, se entenda a diferença e a diversidade como potências sociais transformadoras e democratizantes, com nitidez classista em termos de valores. “A disputa política e ideológica com Bolsonaro, o bolsonarismo e seus cúmplices deve ser colocada de forma clara, explícita e inequívoca, sempre apontando os responsáveis reais concretos pelas agruras do povo: Bolsonaro, seus asseclas e as elites nacionais e internacionais que o sustentam”.
O texto completo da resolução está disponível no site do PT e pode ser lido no endereço: https://pt.org.br/pt-defender-a-vida-o-emprego-e-a-democracia/.
Foto de destaque: @andre_salerno_barba