Não podemos nos calar, calar nossa luta contra tudo e todos que tiram nossas vidas, nossa humanidade e nossa história, diante de tal desrespeito a luta histórica do Movimento Negro Brasileiro.
Repudiamos a conduta do Município de São Paulo e do Governo do Estado, com a antecipação do feriado do dia 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra.
Dia que denunciamos o Estado brasileiro, do Racismo e do preconceito racial contra o povo negro, a invisibilizadade, as perdas de direitos sociais e práticas de racismo estrutural, que aviltam a população negra, pobre e periférica que padece com a ausência de políticas sociais, que promovam a equidade ao povo negro de nosso país.
Não abrimos mão da data de luta histórica, no combate ao Racismo.
As Secretarias de Combate ao Racismo são espaços no interior do Partido de diálogos e elaboração e aplicação de políticas públicas, respeitando as lutas e as decisões do movimento negro e sociais, no combate ao Racismo, na Promoção da Igualdade Racial e na implementação de políticas de ações afirmativas.
Não abrimos mão do feriado Municipal do dia 20 de novembro, que faz parte do calendário oficial da cidade de São Paulo e em mais de 102 municípios do Estado de São Paulo.
Sabemos que o Estado de São Paulo, juntamente com os donos do mercado financeiro, há tempos vem pautando a retirada do feriado do dia 20 de novembro, uma atitude racista para beneficiar os donos do dinheiro.
Não abrimos mão do dia 20 de novembro, “Dia Nacional da Consciência Negra”, dia que afirmamos nossa resistência, e a nossa insistência de continuarmos lutando contra a barbárie do racismo, e contra o neofascismo que nos assola nos dias atuais.
Estamos na luta de salvar vidas negras, porque elas importam.
Temos a compreensão que medidas emergênciais são necessárias e fundamentais para combater a Covid-19, para cumprir o que determina a OMS e da OPAS, sobre o isolamento e o distanciamento social, a fim de salvar vidas. Mas também sabemos que outras medidas emergenciais podem ser tomadas pelos governos, pois é a população negra, pobre e periférica a mais atingida, a mais desamparada pelo Estado, são as que mais sofrem pela falta de equipamentos sociais, saneamento básico, moradias precárias e pela ausência de políticas sociais; deixando a população negra jogada a sua própria sorte. Desse modo, as desigualdades sociais e a miséria aumentam em todo o Brasil.
As medidas apresentadas pelos Governos não contribuem
para que a população negra, pobre e periférica possa efetuar o isolamento social, a fim de combater o coronavírus. Essa atitude desrespeitosa, racista, não ajuda, ela macula o isolamento social. O que ajudaria a manter um maior isolamento social, em nossa cidade, seria políticas sociais que atendesse toda a população negra, pobre e periférica.
A garantia que esta população pudesse ficar em casa com dignidade humana envolve medidas como o acesso a uma renda básica, cesta básica alimentar e de higiene, fornecida pela Prefeitura Municipal e do Estado, e que esse auxílio atingisse a todos que estão em situação de vulnerabilidade, e que as famílias muito povoadas pudessem ter lugares adequados para quando precisassem fazer o isolamento social adequado.
Outras medidas urgentes são a realização de testes do coronavírus em massa na população, o fortalecimento do SUS, com orçamento, equipamentos para os hospitais, hospital de campanha nas regiões periféricas e Equipamentos de Proteção Individual/EPIs, para todos os profissionais da área da saúde.
Não abrimos mão de nossa história, de nossas lutas, por isso reafirmamos o Dia 20 de novembro/Dia Nacional da Consciência Negra, que negras e negros marchamos para denunciar e exigir políticas de Combate ao Racismo e equidade a população Negra Brasileira.
Viva Zumbi!
Viva Dandara!
Viva o povo negro!
Marilandia Frazão/Secretaria Municipal de Combate ao Racismo PT Capital
Tiago Soares/Secretaria Estadual de Combate ao Racismo PT SP
Foto de destaque: Elineudo Meira