Não é de hoje que o Hospital Municipal Tide Setúbal, em São Miguel Paulista, na zona leste de São Paulo, se tornou retrato do descaso com a saúde pública.
Desde o início da gestão tucana na cidade com Doria/Bruno Covas, há três anos, o Tide Setúbal sofre processo de sucateamento dos serviços.
A falta de médicos e de profissionais de saúde coloca a administração de joelhos.
A gestão Covas não demonstra interesse em repor o quadro funcional com a realização de concursos públicos.
Com o desfalque de profissionais, o atendimento à população é bastante prejudicado.
Na madrugada de terça feira (28), um homem que estava amarrado no setor de psiquiatria foi espancado, estrangulado e morto.
O suspeito é outro paciente. Os funcionários só perceberam o que havia ocorrido quando a vítima faleceu.
Esse é mais um triste capítulo da tragédia do plano da gestão tucana que pretende entregar os hospitais municipais para a iniciativa privada com as Organizações Sociais de Saúde (OSS) à frente.
O Tide é palco de absurdos no dia a dia, com episódios que ganharam repercussão.
No ano passado, o diretor da unidade atacou conselheira gestora, que tem a função de fiscalizar o serviço, com atitudes misóginas e palavras ofensivas.
Outra ocorrência foi o implante de anticoncepcionais vencidos. Também houve tentativa em revistar funcionários na saída.
E esse último episódio com assassinato dentro de um hospital público é muito mais triste por transformar a saúde pública em caso de polícia.
* Juliana Cardoso é vereadora (PT), vice-presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Criança e Adolescente e membro das Comissões de Saúde e de Direitos Humanos da Câmara Municipal de São Paulo
Foto de destaque: Cecília Figueiredo/ Saúde Popular