A ONU instituiu dia 21 de março como Dia Internacional de luta pela Eliminação da Discriminação Racial.
Este dia de luta relembra o massacre de Sharpeville, em Joanesburgo na África do Sul. Em 21 de março de 1960 foram assassinados negras e negros que participavam de um protesto pacífico contra a Lei do Passe que obrigava a população negra a portar um cartão que limitava os locais que eles podiam circular. Mesmo tratando-se de uma manifestação pacífica, a polícia do regime de Apartheid abriu fogo sobre a multidão negra desarmada, resultado 69 mortos e muitos feridos.
Ainda hoje, em 2020, negras e negras precisam cotidianamente combater a discriminação racial, o racismo religioso, genocídio da juventude negra, o feminicídio contra as mulheres negras, o encarceramento em massa da população negra.
No cenário atual a crise econômica tomou dimensões quase sem controle, neste aviltamento as necessidades da população negra e pobre das comunidades e periferias submetidas ao aumento exacerbado das violências, do desemprego e subemprego, do aumento da miséria, a total ausência do Estado e políticas sociais, a precarização do trabalho, advindo das reformas trabalhistas e previdenciárias, somadas as retiradas de direitos da classe trabalhadora que assolam em cheio a população negra e pobre.
Em tempos de coronavírus, a população negra e pobre será desprovida do braço do Estado, já morrem todos os dias.
O grande e urgente desafio para maioria da população negra brasileira é manter-se livre e viva.
Parem de nos matar,
Vidas Negras Importam!
Marilandia Frazão
Secretaria de Combate ao Racismo PT/Capital
Imagem de destaque: Reprodução do site Le Journal – https://journal.lutte-ouvriere.org/2015/04/08/sharpeville-1960-une-etape-de-la-lutte-contre-lapartheid_36833.html