A dinâmica da política mundial foi ciclomática na década de 10, a velocidade dos acontecimentos, as idas e vindas, as mais improváveis aconteceram justamente por essa presão de um tempo dominado pelos ventos de ruptura que impulsionou a consolidação da extrema-direita, uma fadiga da democracia e de seus atores principais, os políticos, de todos os espectros.
Abriu-se uma época de incertezas, as redes sociais se tornaram o palco mais importante dos debates políticos, verdadeiros tribunais de ataques e de criminalização da política, que afetou enormemente a capacidade de diálogo e composição política de forma racional, todos e todas foram pressionados (as) a tomarem posições, nem sempre coerentes com suas próprias histórias.
Essa realidade distópica pariu Trump, Bolsonaro, Milei, entre tantos outros. Apenas na virada para essa nova década é que a racionalidade volta a reinar, é um momento de disputa e de combate feroz contra a ultradireita e seu sistema ultraliberal.
Nesse sentido, a recomposição de forças, reaglutinação de quadros ideias, é que se dar a volta de Marta Suplicy ao PT e sua possível indicação de Vice na chapa com Guilherme Boulos (PSOL), o candidato da esquerda, PSOL, PT, PC do B, PDT, por enquanto, um polo fundamental no combate aos candidatos da ultradireita em São Paulo, o momento é de união e de olhar para frente. A ex-prefeita Marta teve um dos mandatos mais exitosos do PT em capitais, com a criação de políticas sociais fortes e perenes como o Bilhete Único, os corredores de ônibus e o CEUs, que são fundamentais para periferias, aos mais pobres, para inclusão social e educação de qualidade.
É nesse contexto que se torna importante a volta da ex-prefeita Marta Suplicy, com sua experiência política e administrativa, a forte vinculação com a periferia que muito ajudará a eleição de Guilherme Boulos e a formação de uma bancada de esquerda.
Luciano Barbosa
Secretário de Políticas Públicas do DM- PT de São Paulo e diretor do Sindicato dos Advogados e Advogadas do estado de São Paulo.