Domingo(19.04.20), em manifestação política com nítido viés ideológico, o atual presidente, Jair Messias Bolsonaro, não só incitou, novamente, e de forma irresponsável, o fim do isolamento social, mas também pregou, de forma vil e covarde, o fim da democracia, ao reivindicar o fechamento do Congresso, do STF e a implementação de um novo AI-5, em meio a pandemia do novo coronavírus(Covid-19).
Com isso, Bolsonaro mais uma vez, demonstra seu antipatriotismo explícito e extremo ao buscar liquidar o Estado Democrático de Direito que, embora seja imperfeito, nem por isso deve deixar de ser aprimorado.
Ao contrário de sua tara autoritária, que flerta com desejos maliciosos de poder ilimitado, o certo é que o Brasil não precisa de ditadores, mas de mais democracia; isto porque é, justamente, a expansão dos horizontes democráticos, que irá viabilizar a construção de uma sociedade justa e fraterna.
No entanto, Bolsonaro não é capaz de compreender este idioma da necessidade social, porque o dialeto a partir do qual pensa, fala e escreve é o dialeto da ideologia do radicalismo neoliberal, que tudo traduz na gramática insaciável do lucro.
Daí porque, não há comunicação possível com o povo brasileiro e seus anseios. E por mais que, demagogicamente, Bolsonaro teatralize dizendo que seu governo é o governo do povo, o que ocorre é a queda inevitável de sua máscara e de toda patifaria que ela representa.
O que se torna visível, então, é todo um teatro de horror para um “redescobrimento” ( leia-se reconquista) do Brasil, agora, pelo capital neoliberal e com alta performance deplorável de um ator medíocre, que encena ser presidente navegando em mares de ódio nunca dantes navegado.
E mais. A platéia não entende o texto teatral porque enquanto o idioma do povo é o das necessidades sociais urgentes, o ator verbaliza a linguagem selvagem do lucro a todo custo.
E aqui ocorre o encontro de extermínio entre o povo civilizado – que precisa de um plano emergencial de renda para não sucumbir a um vírus letal – e o governante bárbaro que aniquila seu povo com a espada selvagem da indiferença.
Com efeito, Bolsonaro é, antes de tudo, sem dúvida, um alienígena, ou seja, um estrangeiro no Brasil. Isto porque, pensa, fala e age como um colonizador e a serviço dele para submeter o país ao interesses,sobretudo, dos EUA, a metrópole para a qual deve drenar a riqueza nativa, ainda que isto custe o sacrifício do povo autóctone.
E à semelhança do conquistador português que traz aos índios a morte cultural ( pela imposição da catequese) e o aniquilamento (pela espada) e pela disseminação em Pindorama de doenças que empesteiam as tribos e para as quais, os índios, não possuiam anticorpos; hoje, o extermínio cultural retorna com o empreendedorismo religioso que, em nome do lucro, sacrifica e, portanto, rompe o elo sagrado com o divino.
Da mesma forma, o prenúncio de um outro extermínio; o extermínio físico se dá tanto pela promessa de atracar em um regime ditadorial, quanto pela negligência do capitão deste barco desgovernado, que incita o término do isolamento social para destruir a população brasileira pelo contágio com o Covid-19.
E esta é a farsa de Bolsonaro. Enquanto o colonizador português ostentava o elmo no combate aos índios para defender sua pátria cristã.A história, então, como tragédia; Bolsonaro enquanto neoliberal e neocolonizador, negligencia o uso da máscara ao combater seu próprio povo, e que busca, aliás, destruir em nome de sua fé e dizendo-se patriota, mas batendo continência à bandeira americana. A história, então, como farsa.
Desta maneira, ao incitar o fim da democracia no Brasil, nesta manifestação política esdrúxula de domingo, Bolsonaro deixa cair a máscara e mostra-se tal qual é: um demagogo, antipatriota declarado, um embusteiro perigoso, que trabalha contra seu povo e seu país.
Por isso, que fique claro: se as elites souberam conquistar e sabem reconquistar os povos para voltar a torná-los escravos; há uma força mais poderosa e que emana do povo como condição sine qua non para sua liberdade; é a capacidade de se reinventar e abolir toda tragédia e toda farsa que encharca nossa história.
E é com esta força criadora para se reinventar e para construir um novo Brasil, que nosso povo lançará, no momento propício, na lata de lixo da História: Bolsonaro e toda farsa que ele representa.
Bolsonaro Nunca Mais!!!
Abraço fraterno
Charles Gentil