O ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, reafirmou nesta segunda-feira (26) a posição do Brasil em defesa de uma solução pacífica para o massacre palestino em andamento na Faixa de Gaza. Ao discursar na abertura da 55ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), em Genebra (Suíça), Almeida usou termos como “genocídio” e “apartheid” para qualificar os atos do governo de Israel no território ocupado.
“Consideramos ser dever deste Conselho prestigiar a autodeterminação dos povos, a busca por solução pacífica dos conflitos e se opor de forma veemente a toda forma de neocolonialismo e de apartheid”, destacou o ministro, que ainda citou trechos da Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio, adotada de maneira unânime pelas Nações Unidas em 1948 ao falar sobre os ataques israelenses.
O discurso do ministro segue a linha das manifestações oficiais do governo brasileiro, especialmente depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) condenou as operações militares israelenses contra palestinos na Faixa de Gaza e comparou a situação atual com o genocídio de judeus pela Alemanha nazista.
“Reitero nosso repúdio à flagrante desproporcionalidade do uso da força por parte do governo de Israel, uma espécie de punição coletiva que já ceifou a vida de quase 30 mil palestinos, a maioria mulheres e crianças; forçadamente deslocou mais de 80% da população de Gaza e deixou milhares de civis sem acesso à energia elétrica, água potável, alimentos e assistência humanitária básica”, pontuou Almeida.
Durante a fala, o ministro lembrou que o Brasil condenou os ataques realizados pelo Hamas em 7 de outubro do ano passado e que o governo chefiado por Lula demandou a liberação imediata e incondicional das pessoas feitas reféns pelo grupo na ocasião.
Silvio Almeida defendeu a criação de um estado palestino livre e soberano, que conviva com o estado de Israel, como condição “imprescindível” para a paz, e disse que a ocupação israelense em territórios palestinos é ilegal e viola normas internacionais
“Aqui [no Conselho] são colocados muitos dos desafios enfrentados pela humanidade. Há ainda quem resista em enxergar parte dessa humanidade como destinatária dos mesmos direitos que desfrutam e, tragicamente, há quem não acredite que esses desafios que enfrentamos são de fato comuns a cada um de nós. Os direitos humanos não podem se submeter à lógica mercantil, em que só os que podem pagar são dignos de respeito”, afirmou.
Brasil de Fato