Lula vai ampliar crédito consignado para “fazer dinheiro chegar aos mais humildes”

“Nós queremos criar um país de classe média, um país de padrão de consumo de classe média, um país de educação de classe média, um país de transporte de classe média”, disse Lula, em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar

Para incentivar o consumo e aquecer a economia, o presidente Lula anunciou que o governo  ampliará o crédito consignado para todos os trabalhadores e trabalhadoras do país.

Em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, na terça-feira (27), Lula defendeu a iniciativa ao destacar que a meta é fazer “o dinheiro chegar às pessoas “mais humildes”.

“Se não tiver dinheiro circulando, a economia não vai para lugar nenhum”, disse Lula, na entrevista veiculada pela Rede TV!. “O que nós queremos é que o dinheiro chegue na mão das pessoas mais humildes, do trabalhador de fábrica, da empregada doméstica, da comerciária. Nós queremos criar um país de classe média, um país de padrão de consumo de classe média, um país de educação de classe média, um país de transporte de classe média”.

Segundo o presidente, as medidas de ampliação do crédito, com juros acessíveis, devem ser anunciadas em breve. “Quando todo mundo tem um pouco, todo mundo consome, todo mundo compra, todo mundo investe. A economia vai [para frente], e vai de vento em popa”, pontuou.

Com Lula, houve queda dos juros para segurados do INSS

Desde de 2023, a linha de crédito para segurados do INSS tem apresentado redução de juros. Segundo o Ministério da Previdência Social, a operação com desconto em folha conta tem um teto de 1,76%, enquanto as operações na modalidade de cartão de crédito e cartão consignado de benefício chegam a no máximo 2,61%.

Em um ano, as taxas acumulam queda de 17,7%, informa a pasta. “O consignado permite o acesso a um crédito diferenciado para mais de 40 milhões de segurados”, disse o ministro da Previdência, Carlos Lupi, ao participar de reunião com a Associação Brasileira de Bancos (ABBC), na terça-feira (27).

“A redução dos índices mostra que existe margem para equilibrar os interesses das empresas e dos clientes, como aposentados e pensionistas, que integram a parte mais frágil e vulnerável”, observou o ministro.

 

“O Brasil está com um cenário de progresso consolidado nas áreas social e econômica. Esse viés positivo gera um ambiente de crescimento que é refletido no mercado financeiro, com ênfase nas taxas de juros”, concluiu Lupi.

Ao liberar juros, Bolsonaro permitiu assalto ao bolso do trabalhador

A situação do crédito consignado hoje difere em muito do último ano do governo Bolsonaro, quando o extremista autorizou concessão de crédito consignado para beneficiários do Auxílio Brasil, elevando as margens para quem recebia Benefício de Prestação Continuada (BPC) e Renda Mensal Vitalícia (RMC)

Como o projeto de lei de conversão (PLV) 18/2022 permitiu que os juros não tivessem nenhum teto, podendo bancos cobrar a taxa que bem entendesse. A medida agravou o endividamento das famílias de baixa renda.

“Consignado pra famílias que recebem o Auxílio Brasil é uma crueldade sem tamanho. Daqui a pouco acaba o aumento do benefício e como o pessoal vai conseguir pagar a dívida? Mais uma medida eleitoral de Bolsonaro que não tá nem aí pro que vai acontecer depois com a vida das pessoas”, reagiu a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, à época.

Como funciona o crédito

Consignado é uma linha de crédito com desconto em folha. É uma das modalidades mais baratas do mercado, com taxas que não costumam passar de 3% ao mês nos principais bancos, segundo levantamento mais recente do Banco Central. É dividido em três tipos: consignado público: para funcionários públicos; consignado privado: para trabalhadores da iniciativa privada; e consignado do INSS: para aposentados e pensionistas.

Pessoas jurídicas e MEIs não podem contratar consignado. A linha de crédito está disponível apenas para os trabalhadores formais, contratados em regime CLT e o limite para o empréstimo pode chegar até 45% da renda mensal.

Da Redação, com UOL e Ministério da Previdência

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