Lula viajou, nesta segunda-feira (20), ao lado de nove ministros, até o litoral norte de São Paulo, região onde fortes chuvas causaram dezenas de mortes, provocaram inúmeros estragos e deixaram ao menos 970 desalojados e 747 desabrigados.
O presidente sobrevoou a área e visitou a cidade de São Sebastião, a mais atingida pela tragédia. Ali, segundo o prefeito Felipe Augusto (PSDB), cerca de 50 casas foram soterradas por deslizamentos de terra, deixando 36 mortos e 40 desaparecidos até a última atualização desta matéria.
Após uma reunião com o prefeito e com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), Lula anunciou que o governo federal será parceiro do estado e da Prefeitura no socorro às vítimas e na reconstrução da cidade. “Podem contar com o governo federal porque nós queremos ajudar, de verdade, a recuperar essa cidade e fazê-la voltar a ser feliz”, disse o presidente (assista abaixo).
Reconstrução de casas e da Rio-Santos
Além da ajuda que já havia sido anunciada por ministérios como o da Integração e Desenvolvimento Regional e o da Saúde (leia abaixo), Lula disse que o governo federal vai se empenhar especialmente na reconstrução da estrada Rio-Santos, que ficou interditada, e das casas destruídas em São Sebastião.
“É comum vermos situações assim em que, sete, oito anos depois, as pessoas que perderam suas casas continuam sem uma solução. Posso garantir que meus ministros estão abertos para que a gente faça uma parceria para recuperar, efetivamente, de verdade, o estrago que a chuva fez aqui em São Sebastião. A construção de casas para as pessoas que perderam suas moradias vai acontecer de verdade”, garantiu Lula.
E, virando-se para o prefeito Felipe Augusto, completou: “Só é preciso arrumar um terreno, mais seguro, para que a gente possa dizer para as pessoas: ‘Vocês vão voltar a ter o ninho de vocês para cuidar da família de vocês’”.
Lula ressaltou a importância de ele, o governador e o prefeito trabalharem juntos mesmo sendo de partidos diferentes. “É possível a gente exercer a nossa função mesmo quando pertence a partidos diferentes ou pensa ideologicamente diferente. O bem comum do povo é muito mais importante do que qualquer divergência que a gente possa ter. Se cada um trabalhar sozinho, nossa capacidade de rendimento é muito menor. Por isso precisamos estar juntos.”
O governador Tarcísio de Freitas agradeceu o empenho do governo Lula. “Agradeço a parceria com o governo federal. No dia de ontem, a gente teve a oportunidade de conversar com os ministros Waldez Góes e Simone Tebet e com o presidente Lula, que está hoje aqui no nosso estado. Eu acredito muito na cooperação, juntos vamos fazer a diferença.”
Viajaram com Lula os ministros Rui Costa (Casa Civil), Renan Filho (Transportes), Márcio França (Portos e Aeroportos), Ana Moser (Esportes), Waldez Góes (Integração Nacional), Jader Filho (Cidades), Márcio Macedo (Secretaria-Geral da Presidência), Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação).
Ajuda começou antes mesmo da visita
Antes da visita de Lula, o governo federal já havia iniciado as medidas de socorro. A Defesa Civil Nacional reconheceu o estado de calamidade pública em São Sebastião e nas outras cinco cidades atingidas: Caraguatatuba, Guarujá, Bertioga, Ilhabela e Ubatuba, onde uma criança morreu.
Com a decisão, é possível agilizar medidas de assistência à população afetada, restabelecimento de serviços essenciais e reconstrução da infraestrutura pública danificada. Uma equipe da Defesa Civil Nacional está na região desde o domingo (19) para elaborar planos de trabalho a fim de que possam ser solicitados recursos federais.
Outra medida foi o envio de medicamentos pelo Ministério da Saúde. A pasta despachou, nesta segunda, para a região, kits de apoio com 25 tipos de medicamentos e 13 diferentes insumos para populações em situação de emergência. Com o material, é possível atender cerca de 4,5 mil pessoas durante um mês.
Por meio de nota, o ministério informou, ainda, que prestará todo o suporte necessário para reforçar a estrutura do Sistema Único de Saúde (SUS) nas áreas afetadas pelas chuvas.