Democracia Inacabada, por Charles Gentil

Elineudo Meira

 

No dia 8 de Janeiro, os verdadeiros patriotas e democratas foram às ruas, no ato em defesa da democracia.

As capitais Aracaju(SE),Belo Horizonte (MG),Campo Grande(MS),Goiania(GO),João Pessoa(PB),Porto Alegre(RS),Recife(PE),Rio de Janeiro (RJ), Salvador(BA) e São Paulo(SP) celebraram, nas ruas, o dia em que a democracia resistiu ao atentado da facção da extrema-direita bolsonarista.

Naquela ocasião, há 1 ano atrás, a facção terrorista de bolsonaristas, mais do que o vandalismo que promoveram na sede dos Três Poderes almejavam ainda, de forma organizada, invalidar o resultado das urnas que conferiu a Lula o 3° mandato e, com isso, se dispunham a impor um regime autoritário no Brasil.

As recentes declarações de Alexandre de Moraes, Ministro do Supremo Tribunal Federal, de que fazia parte do plano dos terroristas enforcá-lo em praça pública, oferece uma dimensão exata de que, se os golpistas tivessem logrado êxito em seu atentado à democracia, a escalada de terror, no Brasil, gradativamente, iria se expandir por meio de um sistema de execução sumária, que buscaria liquidar também as lideranças políticas progressistas e de esquerda, com o propósito de tornar longevo, em nossa pátria, o detestável projeto terrorista de dominação da extrema-direita bolsonarista.

Daí porque, a Frente Brasil Popular e o Povo Sem Medo foram muito felizes em organizar em São Paulo, o ato em defesa da democracia, porque o fracasso retumbante dos terroristas só foi possível, na medida em que, houve um amadurecimento político das lideranças dos partidos, no entendimento de que, as divergências metodológicas e ideológicas ainda que somadas são, no entanto, secundárias, diante de um adversário que coloca todos em risco, se não houver a devida união das forças políticas e sociais.

Neste sentido, o ato em defesa da democracia simboliza ainda que: esta unidade das forças políticas e sociais deve ser permanente, isto porque todos devem permanecer vigilantes e atuar de forma conjunta, a fim de, a cada dia, enfraquecer a influência da facção bolsonarista sobre a sociedade brasileira.

Na capital Paulista, no MASP, de acordo com o jornal Folha de São Paulo, não houve uma estimativa oficial da quantidade de pessoas no ato em defesa da democracia sendo informado pela coordenação do ato, cerca de 10 mil pessoas.

O ato na Paulista contou com: a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Partido dos Trabalhadores (PT), parlamentares do Psol, Unidade Popular pelo Socialismo (UP), União Nacional dos Estudantes (UNE), e Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e foi muito significativo da vontade popular de que a democracia deve ser preservada.

No carro de som diversos oradores se sucederam e embora fossem feitas críticas, no que se refere a existência, no país, do racismo estrutural, do desrespeito às mulheres e segmento LGBTQIAP+ e das injustiças sociais que ainda vigoram em solo pátrio, fato é que há o entendimento já politicamente maduro, de que nossa democracia esta inacabada, e, portanto, deve ser aprofundada, a fim de as demandas sociais ainda não contempladas possam ser atingidas e isto só será possível, com a mais ampla participação popular e ainda maior ocupação das esferas de poder pelos segmentos sociais que, historicamente, foram marginalizados destas esferas.

Neste sentido, o governo Lula tem se comprometido, desde o início do seu mandato com este necessário aprofundamento da democracia e não só tem, na prática, cooperado para que este aprofundamento democrático se realize, mas também demonstra estar aberto para o clamor popular, que sempre requer ainda mais do que já é feito, pela garantia de direitos.

E esta relação, este diálogo, esta sensibilidade social do governo em relação ao clamor de seu povo, só é possível na medida em que, há um governo que também é comprometido com a democracia como é o governo Lula.

Com isso, o apoio à democracia é também, no campo político, a sinalização de que, o governo Lula é apoiado pela população e,justamente, é bastante natural, notável e compreensível, que o governo seja, então, cobrado para que se faça ainda mais em termos de justiça social,sobretudo,em virtude de, neste momento político, existir a composição de base parlamentar conservadora, e, no entanto, ainda assim avanços significativos ocorreram como, por exemplo, a Reforma Tributária.

Com efeito, o ato em defesa da democracia traduz que, de fato, a nossa democracia é ainda inacabada e muito há de se fazer para atingir uma democracia plena; porém, ainda assim, nada justifica não reconhecê-la como vital para que o Brasil possa continuar a se desenvolver economicamente e com justiça social.

A crítica pela critica à democracia ou o ódio extremo ou moderado à ela desemboca,aliás,em uma janela de oportunidade para aventuras autoritárias, que colocam toda sociedade em risco. Daí porque, reconhecer a limitação de nossa democracia ou mesmo que ela se dá na forma e não plenamente em seu conteúdo, não nos desobriga em lutar para que a democracia possa ser aprofundada.

Desta forma, a defesa da democracia também significa resgatar as cores verde e amarelo de nossa bandeira, a fim de não permitir que sejam indevidamente apropriadas pelas facções autoritárias e terroristas, que atuam no campo político, para dividir a sociedade brasileira. É fundamental que tenhamos orgulho pátrio de nossa bandeira ressignificando o simbolismo de suas cores por um viés progressista, de esquerda inclusive, revolucionando assim, o sentido conservador que sempre, desde sua origem, buscaram impigir ao verde e amarelo e, agora, muito acertadamente busca-se ressignificar taís cores atrelando-as à União e Reconstrução Nacional.

Por tudo isto, o ato de 8 de Janeiro, em que se comemora a resistência pontual êxitosa na luta contra o fascismo bolsonarista, já passa a ser,sumamente, importante e deve sempre, nas ruas, ser relembrado com alegria, mas também deve servir de alerta constante para que: a democracia necessita ser cuidada, aprofundada e fortalecida dia a dia.

Porque somente com União, foi possível atravessar o longo inverno bolsonarista, e atingir-se a primavera de um novo governo Lula.

E nesta primavera todos que desejem se somar são importantes porque estamos em tempo de plena Reconstrução para o Brasil voltar a ser feliz.

Abraço fraterno

Charles Gentil
Presidente do Diretório Zonal PT do Centro

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