O retorno de Marta Suplicy ao Partido dos Trabalhadores é a demonstração inequívoca: de que alta política só se faz sem ressentimento.
Isto porque, o ressentimento nada mais é ao coração do que um vespeiro que sempre o revisita trazendo-lhe as setas dolorosas da raiva, do rancor e da mágoa, interditando em tese, assim, a(o) outra(o) da(o) qual se precave, a possibilidade de que seja devidamente homenageada(o) com uma nova oportunidade de acolhimento partidário para, então, somar-se à luta decidida de combate ao fascismo, que ainda não terminou e cujo cenário da refrega eleitoral será daqui alguns meses, a cidade de São Paulo.
E é neste novo contexto político que, na sexta-feira (02.02), na Casa de Portugal, Marta Suplicy foi filiada ao PT.
Aliás, Marta Suplicy se constitui, hoje, como parte inerente deste amplo processo, que visa expurgar do corpo social o capital político acumulado pela extrema-direita, que penetrou e penetrou fundo em camadas médias e pobres da população.
Neste sentido, Marta Suplicy é agregadora porque goza de prestígio tanto de cidadãos da classe média,quanto da classe pobre, em função da sua performance exitosa enquanto ex-prefeita, o que por sua vez, coloca na vitrine eleitoral, um PT que não se reduz a mera caricatura de que ostenta inserção apenas entre os pobres, mas que vai além deste segmento social para abarcar simpatias em outros segmentos da população, embora nunca se deixe de fazer a ressalva sincera, de que os mais desfavorecidos são, sim, sempre na teoria e na prática, a prioridade na gestão petista.
Tanto é assim, que em um pronunciamento à empresários veiculado no CanalGov, Lula afirmou explicitamente, que quer que o país seja um país de classe média.Isto evidencia-se, naturalmente, pela implementação insistente de políticas públicas que visem a busca constante da melhoria de condições de vida da classe trabalhadora e o aumento do seu padrão de consumo permitindo,com isso, uma mobilidade de sua classe social originária.
Portanto, o PT que se apresenta com o retorno de Marta Suplicy é ainda mais vigoroso, capaz de furar, em São Paulo, a bolha daquele eleitorado -digamos- com inclinação natural a legenda, isto porque, a eficiência das gestões petistas na engenharia política que o PT executa, não só permitiu:
1. ao trabalhador, o rompimento dos grilhões que o aferravam a sua classe de nascimento, mas entende-se, ainda que: 2 angariou simpatias de setores médios (que também são trabalhadores estando, no entanto, por nascimento, economicamente, apenas melhores posicionados), e se estes segmentos específicos de trabalhadores, não se convencerem dia a dia, de que o PT também é um partido para eles, então, acabarão por buscarem outra referência política e, com isso, a extrema-direita ou mesmo a direita irá contar com um segmento que, eleitoralmente, não só tem um certo peso nas urnas e uma influência inconteste na sociedade, mas poderão também se constituirem em fiel da balança no tabuleiro político, o que deve ser, evidentemente, considerado, pois, se com a atração dos setores médios da sociedade ao centro de gravidade do Partido, se, com isso, não se interditar, ao menos espera-se dificultar a eclosão, de novas ameaças fascistas.
Neste sentido, o nome de Marta Suplicy é altamente competitivo para a disputa do voto em amplos segmentos da população. E, o que,hoje, a credencia como o nome que confere um peso singular a chapa Psol-PT, foram as inúmeras realizações de Marta, entre estas:
Bilhete Único, corredores de ônibus, integração do transporte, CÉUs, escolas infantis, Vai e Volta( no transporte escolar),uniformes e materiais escolares gratuitos,municipalização da saúde, renda mínima, bolsa trabalho, moradias populares e crédito solidário,que foram como bem observou Gleisi Hoffmann, a marca de Marta enquanto ex-prefeita e que são a concretização dos Programas do PT, o que evendencia que na condição de gestora, Marta, foi uma das que mais fez pela periferia, pelo povo pobre e pelos trabalhadores.
Ato de filiação emocionante com o reconhecimento da militância do valor de Marta e do seu retorno ao PT.
Acerto político da articulação de Lula para o retorno triunfal de Marta a sua legenda,inclusive, em função da competitividade eleitoral que a ex-prefeita representa e que somado ao potencial que Boulos(Psol) também tem de furar a bolha na disputa pelo voto,então, o que se desenha é uma perspectiva promissora no sufrágio, que já se avizinha.
Aliás, não foi à-toa, que Lula frisou a importância que cada militante tem de convencer quem ainda não está convencido e que, portanto, não se trata de falar de nós para nós mesmos; mas, de buscar convencer quem ainda não está convencido; inclusive, ponderou Lula, que o petista não deve perder tempo criticando o próprio partido, mas deve empenhar-se em obter mais apoio ao PT.
Lula simplesmente pede a cada militante, o que ele fez na prática. Ele convenceu Marta e Boulos a se somarem a um projeto unitário de combate ao fascismo para a Reconstrução e Transformação do país.
Lula, convidou-os a se unirem, em São Paulo, e como bem observou Boulos, de fato, a unidade não se dá entre iguais, mas entre diferentes.
E é em São Paulo; é nesta unidade entre PT e Psol, entre Marta, próxima vice-prefeita e Boulos, próximo Prefeito, que se prefigura o surgimento de uma outra cidade, que cuidará de seus cidadãos tendo afastado todo descaso e perigo fascista em curso.
Naquela sexta-feira, na Casa de Portugal, no ato de filiação de Marta Suplicy, a chapa Psol-PT adquiriu contornos ainda mais poderosos, porque Marta foi, verdadeiramente, acolhida e, por isso, sem receio digo:
Marta Suplicy, bem-vinda !!!
Isto porque, Marta Suplicy não foi filiada e filiou-se apenas burocraticamente, no papel, antes e mais do que isto, Marta Suplicy, tanto para Lula, Gleisi Hoffmann e Haddad, quanto para si mesma e cada um de nós, filiou-se também, no seu e em nossos, corações.
Abraço fraterno
Charles Gentil
Presidente do Diretório Zonal PT do Centro