Preta Ferreira destaca: “É preciso dar voz para mulheres pretas ou a direita vai se apropriar do nosso discurso”

A atriz, cantora e ativista Preta Ferreira participou de Live nesta quarta-feira (10) com o presidente do diretório municipal, Laércio Ribeiro no instagram do PT São Paulo. Durante o bate papo sobre “Vidas negras e a cultura em tempos de pandemia”, Preta destacou a importância de se investir na base, valorizar a cultura e ressaltou a luta da população negra por igualdade.

“É preciso investir na base, é da base que saem as melhores pessoas, e pessoas que podem governar a cidade. Ou a gente salva a base, que é o nosso futuro, ou a gente vai morrer”, disse Preta Ferreira em referência ao partido.

Para ela é preciso dialogar com a população na linguagem popular. “Ou vamos falar com o povo, começa dar voz pra mulheres pretas, ou a direita vai se apropriar do nosso discurso e vamos ficar chupando dedo”, apontou Preta.

Arte e Cultura

Sobre cultura e arte Preta destaca: “É muito importante valorizar a arte. Ela tirar o menor da criminalidade. Esta arte que a gente faz não é pra ganhar dinheiro, é pra salvar vidas”.

Segundo ela, a arte se faz primeiro que a política: “É da arte que se faz a política. O artista pode influenciar pessoas a não seguirem políticos, a votar. Não é a toa que os partidos na época de eleição chamam os artistas”, frisou Preta.

Laércio Ribeiro lembrou que o governo Bolsonaro e os governos tucanos (Bruno Covas, Dória) têm criminalizado os movimentos sociais e, sobretudo, a cultura. “Estão fazendo a disputa no campo cultural e atacando todas as frentes”, disse ele ao lembrar que a grande maioria dos artistas populares não está nas telenovelas, “está nas ruas, fazendo sua arte com muita resistência, força e dificuldade”, apontou ele.

Movimentos antirracistas

Preta destaca que a população negra, não quer poder, quer igualdade. “Se a gente quisesse fazer vingança não ia sobrar um branco pra contar história”, disse ela ao lembrar: “Eu nunca fui livre, meu corpo de mulher preta não está em todos os lugares. Pra eu ter minha voz, eu tive que ser presa. Nós só vamos estar livres quando existir equidade”, afirma Preta.

“Depois da minha prisão todo mundo quis saber quem é Preta Ferreira, mas eu faço esta luta há mais de 20 anos. A minha luta não é individual, é plural. Eu só faço luta para as pessoas e com as pessoas”, destacou ela.

Por Diane Costa do PT São Paulo na

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