Os seis vencedores do concurso “Educação Além do Prato” foram anunciados em cerimônia realizada nesta sexta-feira (12) no Auditório Elis Regina, zona norte da cidade. Criado pela Secretaria Municipal de Educação em parceria com o Centro de Excelência Contra a Fome da Organização das Nações Unidas (ONU), o concurso foi voltado a estudantes, merendeiras e educadores e teve como objetivo incentivar a comunidade escolar a discutir hábitos alimentares e saúde. Os educadores e os merendeiros que desenvolveram os dois melhores pratos da cidade, um quente e um frio, foram premiados com uma viagem para a África.
“Este prêmio é uma homenagem a todos os trabalhadores e trabalhadoras, que todos os dias estão nas escolas para fazer a alimentação dos estudantes. De fato nós estamos hoje celebrando as melhores receitas deste ano, mas nós queremos com isso homenagear todas as merendeiras, todos os profissionais da educação que se envolvem na alimentação das nossas crianças e jovens, que encontram em suas escolas um prato feito com carinho, um prato feito com amor, que traz tantos benefícios à população”, afirmou o prefeito.
A primeira fase do projeto teve mais de 260 propostas selecionadas. Os dois primeiros colocados nos segundos lugares viajarão para um estado brasileiro, ainda a ser definido. Os terceiros lugares ganharão um jantar em um restaurante renomado.
“Nós estamos muito orgulhosos do movimento que se estabeleceu na rede pública de São Paulo, com a participação de tantas escolas. Em educação, todos nós sabemos que além do produto e do resultado vale muito o processo. Essa é a concepção deste prêmio”, afirmou o secretário municipal de Educação, César Callegari, que também falou sobre o empenho de sua pasta para proporcionar uma alimentação escolar cada vez mais saudável.
As escolas que se destacaram também foram premiadas com workshops, viagens de intercâmbio e projetos de renovação do ambiente escolar. Além disso, as seis escolas que apresentaram as melhores propostas ganharam recursos financeiros e o apoio de escritórios de design e arquitetura para melhorar os seus espaços relacionados à alimentação ou à saúde, como refeitórios, cozinhas e hortas.
“Na experiência que eu tive eu pude verificar o envolvimento das merendeiras, o envolvimento das equipes na preparação dos pratos. Nós experimentamos pratos preparados como se tivéssemos em ótimos restaurantes, eu não tenho dúvida disso. O esmero na apresentação dos pratos, o sabor dos pratos, não foi fácil fazer a escolha”, afirmou a primeira-dama e coordenadora do programa São Paulo Carinhosa, Ana Estela Haddad, que foi uma das juradas da segunda etapa do concurso.
A ideia foi buscar receitas baseadas na cultura alimentar local, por meio de pesquisa dos ingredientes e testes dos pratos na própria cozinha da unidade. Além da qualidade da receita, também valeram pontos a mobilização da comunidade escolar no projeto.
As receitas, que tinham de conter frutas, legumes ou verduras como ingredientes principais e restrição a açúcar, sal e processados, foram preparadas no laboratório de nutrição do Senac Aclimação pelos merendeiros das escolas, que apresentaram diretamente aos especialistas.
Vencedores:
Categoria Pratos Quentes
1º EMEI Professora Dirce Zillesg Borges dos Santos – DRE Capela do Socorro
2º CEI Municipal Missionária Dorothy Stang – DRE Itaquera
3º EMEF Francisco Rebolo – DRE Campo Limpo
Categoria Pratos Frios
1º CEI Conveniada Penha Bom Jesus – DRE Penha
2º EMEF CEU Alto Alegre – DRE São Mateus
3º CEI Municipal João Bento de Carvalho – DRE Itaquera
Primeira fase
O concurso foi lançado em 6 de maio pelo prefeito Fernando Haddad. Até setembro, as escolas puderam apresentar suas receitas e 20 pratos foram escolhidos em cada Diretoria Regional de Ensino (DREs) por uma comissão própria, somando 260 propostas. Outra seleção escolheu 26 receitas, sendo duas por DREs, sendo um prato quente e outro frio. As 26 selecionadas já integrarão o livro Educação Além do Prato, além de terem participado de workshops ministrados pela Universidade de São Paulo (USP).
Cada escola participante desenvolveu sua proposta para desjejum, colação (alimentação entre o café da manhã e o almoço), almoço, lanche ou jantar. Durante as inscrições dos projetos, as escolas relataram suas ações educativas, o processo de busca e seleção da receita.
Segunda fase
No dia 5 de dezembro deste ano, os melhores 13 pratos quentes e 13 pratos frios foram avaliados por jurados, como o apresentador do programa Master Chef e dono do restaurante S.A.L, Henrique Fogaça, e o coordenador de gastronomia do Senac-SP, Felipe Vianna.
Além dele e Vianna, o júri foi composto pelos representantes da Secretaria Municipal de Educação, Vera Salles; do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, Maria Sineide dos Santos; e do Instituto Camargo Correa, Flávio Seixas.
Agricultura familiar
O município tem ampliado a oferta de produtos da agricultura familiar na atual gestão, excluiu gordura trans do cardápio e reduziu em 50% a frequência de alimentos com baixo valor nutricional para os 925 mil alunos da rede.
“São Paulo sempre foi destaque no Programa Nacional [de alimentação escolar], que é destaque mundial. Então se as pessoas que admiram o Brasil pelo que fizemos na alimentação escolar conhecessem a realidade de São Paulo, iam admirar ainda mais, porque o que se faz na rede municipal de São Paulo é uma coisa que chama muito a atenção. Qualquer escola que você vá você encontra um compromisso com a comunidade e isso se reflete, particularmente na saúde das pessoas. Não é à toa que o Brasil diminui a mortalidade infantil e aumenta a expectativa de vida”, disse Haddad.
Atualmente, o Programa de Alimentação Escolar da cidade de São Paulo serve cerca de 2 milhões de refeições por dia, atendendo a quase 2.800 unidades escolares. É considerado um dos maiores programas de alimentação escolar do mundo. Saiba mais
Fonte: Prefeitura de SP- Secom