Números com realizações do primeiro ano da gestão de Fernando Haddad na Prefeitura de São Paulo formam base para relance de sua imagem; ele triplicou o número de pontos de instalação de luz na cidade, reduziu em mais de 100 mil lugares a fila para marcação de exames de saúde e investiu R$ 3 bilhões em obras diversas; volume é semelhante ao da soma do que foi aplicado nos primeiros anos das gestões de José Serra, em 2005, e Gilberto Kassab, em 2009; distante das grandes articulações políticas da campanha eleitoral, prefeito está empenhado em ser reconhecido como grande administrador
247 – Após enfrentar um duro primeiro ano de mandato, no qual a sede da Prefeitura foi depredada durante as manifestações de junho e, no segundo semestre, sobraram derrotas no campo jurídico, especialmente em relação ao reajuste do IPTU, o prefeito Fernando Haddad finalmente tem números à mão para mostrar ao que veio.
Num levantamento produzido por assessores, com o sentido de comparar as primeiras realizações da atual gestão com administrações anteriores, o primeiro número destacado é o volume de investimento que os cofres municipais estão despejando na cidade.
Enquanto em 2005, primeiro ano da gestão de José Serra, os investimentos somaram R$ 1,018 bilhão, Haddad performou em 2013, seu ano de estreia no cargo, nada menos que R$ 3,719 bilhões. Esse número é praticamente igual ao da soma dos investimentos iniciais da gestão Serra com o do primeiro ano de Gilberto Kassab no cargo. Em 2009, quando ele deixou ser vice-prefeito para assumir o lugar de Serra, que fora eleito governador no ano anterior, a cidade investiu R$ 2,705 bilhões.
Nas contas da Prefeitura, o primeiro ano de Haddad no governo municipal criou 434 novos leitos em hospitais municipais, bem perto da totalidade dos leitos inaugurados nos oito anos anteriores, segundo a mesma fonte. As gestões de Serra e Kassab teriam chegado a 610 leitos, marca que Haddad deve deixar para trás já este ano, a seguir no mesmo ritmo.
Num ponto que o prefeito tem tocado com insistência – a longa fila para consultas e exames na rede de saúde municipal -, ele pode exibir uma redução significativa. Aumentando constantemente, à razão de mais de 20 por cento ao ano, até chegar a 810 mil pessoas em dezembro de 2012, de acordo com a assessoria de Haddad, a fila passou a ser atendida com maior velocidade. Em dezembro de 2013, ainda estava grande, mas com um total de 668 mil pessoas – ou 142 mil a menos que no mesmo período do ano anterior. O número 156, para a marcação de consultas, recebeu 5 milhões de ligações no ano passado.
A decisão de implementar faixas exclusivas para o transporte coletivo gerou polêmica, mas, na prática, foi levada adiante. Até 2012, a cidade exibia 80 quilômetros de faixas exclusivas, mas em 2013 ganhou mais 300 quilômetros.
Promessa de campanha, a renovação e implantação da iluminação pública também está em curso – e novamente a comparação feita pelos técnicos municipais favorece, de longe, a atual administração. Contra 6 mil novos pontos de iluminação colocados na gestão anterior, 18 mil, ou três vezes mais que o total dos quatro anos anterior, foram inaugurados em 2013.
No Programa Bolsa Família, os cadastramentos até 2012 chegaram a 228.121 na cidade de São Paulo, mas apenas no ano passado eles atingiram 127 mil. Sobre mais esse quesito Haddad pode mostrar uma boa performance. Ciente de que perdeu pontos junto ao eleitorado, o prefeito está somando suas realizações para acelerar o resgate de sua imagem como bom gestor.