Economia mundial melhora e Brasil estabiliza, diz OCDE

Para o Brasil, a entidade sinaliza que há o início de um processo de estabilização em curso. O Indicador Composto Avançado (LCI, da sigla em inglês) da OCDE mostra que o desempenho brasileiro em novembro só não foi pior que os do Canadá, do Japão e da Rússia, entre os países avaliados.

Por Brasil Econômico
Quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Há alguns meses, poucos analistas diriam que grandes economias ainda em fase de recupera- ção pós-crise começariam 2013 com perspectivas mais otimistas do que a brasileira para seus dados de crescimento neste ano. Pois uma pesquisa mensal da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgado ontem aponta que o cenário econômico global tem expectativas positivas para o período graças à melhora no desempenho dos Estados Unidos e do Reino Unido.

Para o Brasil, a entidade sinaliza que há o início de um processo de estabilização em curso. O Indicador Composto Avançado (LCI, da sigla em inglês) da OCDE mostra que o desempenho brasileiro em novembro só não foi pior que os do Canadá, do Japão e da Rússia, entre os países avaliados.

Mas, se a perspectiva externa se confirmar, mesmo que o desempenho do Brasil não surpreenda, há estimativa de aquecimento no comércio global e consequentemente, de recuperação do comércio exterior brasileiro. “Essa expectativa de melhora para o cenário externo tem um efeito importante para a balança comercial e também pode impulsionar os investimentos”, prevê Antônio Madeira, economista da LCA. Nos cálculos da consultoria, neste ano o investimento no Brasil deve ter alta de 9%, ante a queda estimada em pouco mais de 4% para o resultado de 2012.

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Relatório global da consultoria PwC divulgado neste mês calcula que, em 2013, China, Índia e Brasil juntos irão movimentar cerca de US$ 1 trilhão, em termos nominais, na economia mundial.

Se a estimativa for confirmada, irá significar uma reversão do cenário registrado em 2012. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), no ano passado o Brasil amargou queda de 34,8% no superávit da balança comercial, em relação ao desempenho de 2011. Na mesma comparação, houve retração de 5,3% das exportações e 1,4% das importações.

E a perspectiva positiva para o cenário externo vai além de Estados Unidos e Reino Unido. Na análise da OCDE, o crescimento na Zona do Euro começou a se estabilizar. No geral, o indicador para os 33 países membros da OCDE (o Brasil não é membro) ficou estável em novembro sobre outubro em 100,2 pontos, levemente acima da mé- dia de longo prazo de 100. A leitura para os EUA subiu para 101,0 ante 100,8, enquanto para a Grã-Bretanha subiu para 100,7 ante 100,5, o que segundo a OCDE é um indicador de “aceleração do crescimento”.

Em reforço à essa avaliação, o FED (Federal Reserve, Banco Central americano) confirmou ontem a continuidade de suas ações — especialmente o programa de compra de ativos — em prol da recuperação da economia e da retomada do emprego.

Dados também divulgados ontem sobre a produção industrial na Zona do Euro confirmam a previsão otimista. O indicador apontou queda em novembro pelo terceiro mês consecutivo e contra expectativas de um aumento, mas reforçou a perspectiva de que o pior momento da recessão do bloco passou.

Em novembro, o indicador da OCDE para o Brasil cresceu 0,01%, em relação a outubro, para 99,34 pontos. O desempenho ficou abaixo do registrado por outros países emergentes como China (0,21%) e Índia (0,14%). O ritmo brasileiro é pior até do que o das economias centrais. A Zona do Euro, por exemplo, registrou expansão de 0,06% em novembro, tendo alta de 0,07% na Alemanha e 0,09% na Itália.

O LCI é calculado mensalmente para tentar antecipar o comportamento dos ciclos econômicos dos países. O dado é ponderado com uma série de indicadores, como compras de empresas, estoques, confiança de empresários e consumidores e preço de ações, entre outros. Em geral, as perspectivas apresentadas pela pesquisa são confirmadas de seis a nove meses à frente.

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