Em discurso histórico, presidenta frisou que golpistas e traidores querem rasgar a Constituição e retirar direitos dos trabalhadores
Os golpista rasgam a Constituição do país e querem retirar direitos dos trabalhadores. A presidenta Dilma Rousseff afirmou isso, durante discurso no ato de 1º de Maio que comemora o Dia do Trabalhador, no Vale do Anhangabaú, em São Paulo.
Antes de anunciar a elevação de recursos para programas sociais e garantir novas conquistas para os trabalhadores, a presidenta destrinchou as principais propostas dos golpistas. Ela leu manchetes de jornais que trazem informações sobre um eventual governo Temer realizar mudanças na CLT, no Bolsa Família, no pré-sal e até no salário-mínimo. “Eles propõem o fim da política de valorização do salário mínimo, que garantiu aumento real de 76% acima da inflação. Querem acabar com o reajuste dos aposentados. Querem transformar a CLT em letra morta e privatizar tudo o que for possível”, ressaltou.
Ao comentar as notícias, Dilma lembrou, por exemplo, que os jornais registraram a intenção dos golpistas acabarem com a obrigatoriedade do Governo Federal investir uma determinada parte do Orçamento com saúde e educação. “Sempre que vocês virem uma palavra que, às vezes, é ‘focar’, ‘revisitar’ certas políticas sociais, significa que vão acabar com elas”, explicou.
Dilma rebateu seus oponentes frisando que programas sociais não trazem desequilíbrio à economia do país. “Eles estão falando em reolhar, rever, revisitar o Pronatec, o Minha Casa, Minha Vida. Nós temos uma situação que os programas sociais são olhados como responsáveis pelo desequilíbrio do país. É mentira. O desequilíbrio do país é a necessária reforma tributária.”
A presidenta afirmou que a notícia “mais triste, porque a mais perversa”, é de acabar com parte do Bolsa Família, que, segundo o projeto golpista, deve ser restrito aos 5% mais pobres, ou 10 milhões de pessoas. “Sabem quantas pessoas recebem hoje o Bolsa Família? 47 milhões”, disse a presidenta, acrescentando que os excluídos serão “entregues às forças do mercado”.
Denunciando a tentativa golpista de eliminar direitos trabalhistas, a presidenta afirmou que, enquanto o governo quer mais, os golpistas querem menos. “Eles propõem que o negociado possa viger sobre a lei, que o negociado possa ser menos que a lei. Nós acreditamos, porém, que o negociado pode prevalecer desde que ele seja mais do que a lei. Eles querem menos, nós, mais”, disse.
Golpe
Em um histórico discurso, Dilma reafirmou estar sendo vítima de um golpe. “Se não tem base para o impeachment, o que é que está havendo?”, questionou.
“Como não tenho conta no exterior, nunca recebi dinheiro do povo brasileiro, nunca recebi propina e nunca fui acusada de corrupção, eles tiveram de inventar um crime”, afirmou a presidenta.
Dilma afirmou que precisaram arrumar os 6 decretos de suplementação, as chamadas pedaladas fiscais, para atacá-la. Ela lembrou que, só em 2001, FHC fez 101 decretos de suplementação.
“Se praticam contra mim, o que irão praticar contra os trabalhadores? Esse golpe não é só contra a democracia e meu mandato. Ele também é contra as conquistas dos trabalhadores”, ressaltou.
Dilma ainda ressaltou que vai resistir ao golpe e que lutou a vida inteira. “É verdade que eu fiquei presa durante três anos, é verdade que eu lutei e resisti à ditadura”, afirmou ela. “A luta agora é muito mais ampla, é uma luta que nós vamos levar em favor de todas as conquistas democráticas da luta contra a ditadura e de todos os ganhos que nós tivemos nos últimos anos com o governo do Lula e do meu, é sobre isso que se trata defender um projeto (…) O golpe é contra a democracia, contra conquistas sociais. É dado também contra investimentos estratégicos no país, como o pré-sal. O mais grave é que impediram o Brasil de combater a crise econômica e o crescimento do desemprego. Eles vão aprofundar a crise. Quero dizer uma coisa para vocês: vou resistir, eu vou resistir e lutar até o fim”, concluiu.
Fonte: Cláudio Motta Jr | Linha Direta