Fatima Fazan/DMPTSP
Mais de 30 entidades, associações, sindicatos e movimentos populares ligados à mulher comemoraram o Dia Internacional da Mulher com um ato no centro de São Paulo. Com o lema “Mulheres em luta contra a violência machista, racista e lesbofóbica!”, a atividade começou às 13 horas, na Praça da Sé e depois seguiu em passeata até a Praça Ramos de Azevedo.
Entre as principais reivindicações estão salários igual por trabalho igual, creches públicas, pelos seis meses de licença maternidade e ampliação para a parental, que é a licença para a mãe e para o pai também, sem isenção fiscal para empresas, direto à amamentação no trabalho, democratização dos meios de comunicação, ampliação do acesso à terra, reforma urbana, moradia digna e ampliação da política de apoio à economia solidária.
Presente ao evento, Juliana Cardoso, presidente do diretório municipal do PT de São Paulo, falou dos desafios que a secretaria municipal de mulheres do PT tem pela frente. “Hoje, incluímos em nossos desafios, que a gestão de Fernando Haddad faça valer o Programa de Governo que foi construído com o acumulo de nossa intervenção partidária ao longo desses 33 anos. Nosso projeto tem as mãos e os olhares das militantes dos movimentos feministas, de moradia, cultura, saúde, creche e transporte. A cidade que estamos ajudando a transformar deve ser sustentada nos pilares da igualdade e equidade, com respeito entre homens e mulheres, que combata o machismo, o racismo”.
Juliana também lembrou que o Brasil tem avançado bastante nesse setor na última década. “O ministério da presidenta Dilma Rousseff já tem aproximadamente 30% de mulheres em sua composição”, finaliza a vereadora.
Vera Machado, secretária de Movimentos Sociais do PT Municipal, explica a importância desse ato. “Temos de exercer o nosso papel quanto mulheres feministas para exigir uma sociedade igualitária. Ela não é igualitária enquanto existir essa desigualdade em relação ao homem seja no setor econômico ou de descriminação. Precisamos acabar com essa sociedade patriarcal e machista”.
História do Dia Internacional da Mulher
No Dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.
A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano.
Porém, somente no ano de 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o “Dia Internacional da Mulher”, em homenagem as mulheres que morreram na fábrica em 1857. Mas somente no ano de 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas).
Objetivo da Data
Ao ser criada esta data, não se pretendia apenas comemorar. Na maioria dos países, realizam-se conferências, debates e reuniões cujo objetivo é discutir o papel da mulher na sociedade atual. O esforço é para tentar diminuir e, quem sabe um dia terminar, com o preconceito e a desvalorização da mulher. Mesmo com todos os avanços, elas ainda sofrem, em muitos locais, com salários baixos, violência masculina, jornada excessiva de trabalho e desvantagens na carreira profissional. Muito foi conquistado, mas muito ainda há para ser modificado nesta história.
Conquistas das Mulheres Brasileiras
Podemos dizer que o dia 24 de fevereiro de 1932 foi um marco na história da mulher brasileira. Nesta data foi instituído o voto feminino. As mulheres conquistavam, depois de muitos anos de reivindicações e discussões, o direito de votar e serem eleitas para cargos no executivo e legislativo.