Efeito Lula: com redução em todos os biomas, desmatamento despenca 32,4%

Fábio Rodrigues Pozzebom - Agência Brasil

O governo do presidente Lula colocou um basta no desmatamento desenfreado promovido por Jair Bolsonaro e vem honrando o compromisso com a preservação ambiental. O Relatório Anual do Desmatamento do MapBiomas, divulgado nesta quinta-feira (15) apontou redução de 32,4% em 2024 em relação a 2023, dado muito positivo que mostra o empenho do governo federal com o respeito à natureza.

As ações de proteção ao meio ambiente se refletem nos números do documento que revelou que, pela primeira vez em seis anos, todos os biomas apresentaram redução ou estabilidade nas taxas de desmatamento, com queda em cinco dos seis conjuntos de vida animal e vegetal.

A Amazônia teve uma diminuição de 16,8% no desmatamento; a Caatinga e o Pantanal tiveram reduções de 13,4% e 58,6%, respectivamente. Apesar de ser o mais desmatado, o Cerrado registrou queda de 41,2% e o Pampa teve diminuição de 42,1%. Mesmo com um leve aumento de 2%, a Mata Atlântica foi considerada em estabilidade.

O Mapbiomas informou que monitora a perda de vegetação nativa por causa de eventos extremos climáticos e esta foi a razão da Mata Atlântica não ter acompanhado a diminuição do desmatamento observada nos demais biomas. “Se não tivesse os desmatamentos que foram computados por conta dos eventos extremos, o desmatamento teria sido 20% menor”, explica Tasso Azevedo, coordenador geral do Mapbiomas.

Mudanças decisivas

Pesquisadores da rede chamaram a atenção para mudanças, a partir de 2023, como a construção de planos de enfrentamento ao desmatamento para todos os biomas, o que não havia antes, além do aumento da participação dos estados nas ações de combate ao desmatamento. Os embargos e autuações feitas pelo Ibama aumentaram e foi criado o crédito rural, cuja concessão foi feita com o uso de informações do trabalho do Ibama.

Os dados mostram o abismo decretado pelo governo do presidente Lula em relação ao desgoverno Bolsonaro, a gestão que “passou a boiada” no meio ambiente. Houve redução de 26,9% sobre os alertas de desmatamento em 2024 em comparação com o ano anterior.

A área desmatada total foi de 1.242.079 hectares e foram registrados 60.983 alertas em 2024, ano em que mais de 89% da área desmatada no país aconteceu na Amazônia ou Cerrado. A rede MapBiomas informou que o desmatamento por pressão da agropecuária responde por mais de 97% de toda a perda de vegetação nativa no Brasil nos últimos seis anos.

Terras indígenas preservadas

Em terras indígenas os dados são igualmente relevantes, com queda de 24% na perda de vegetação nativa por desmatamento. Apenas 33% das terras indígenas brasileiras tiveram algum evento de desmatamento ano passado.

Regiões e estados

O pólo agropecuário nos estados do Amazonas, Acre e Rondônia (Amacro) teve, pelo segundo ano consecutivo, queda no desmatamento. Foram registrados 5.753 alertas em 89.826 hectares no ano de 2024, o que representa uma redução de 13% em relação a 2023.

Na região do Matopiba, nos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, o MapBiomas registrou 42% do total de perda de vegetação nativa do país e é onde Cerrado mais foi desmatado, com 75% da perda de vegetação nativa no bioma.

Já os estados de Goiás, Paraná e Espírito Santo reduziram o desmatamento em mais de 60% em 2024 em relação a 2023 e Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Acre tiveram maior crescimento.

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Os quatro estados do Matopiba e o Pará foram os que mais desmataram em 2024, representando 65% da área total no Brasil. Maranhão, Pará e Tocantins foram os campeões em desmatamento, com 17,6%, 12,6% e 12,3% do total de perda de vegetação no país, respectivamente. E no Rio Grande do Sul todos os desmatamentos se deram a partir de eventos extremos que aconteceram na Mata Atlântica e não nos Pampas.

Cidades que mais desmataram são do Piauí

Mais da metade (54%) dos municípios tiveram pelo menos um evento de desmatamento detectado e validado em 2024. Canto do Buriti, Jerumenha, Currais e Sebastião Leal, todos do Piauí, registraram os maiores aumentos proporcionais.

O MapBiomas informou que, em 2024, 43% da área desmatada teve alguma autorização para desmatar. O Cerrado foi o bioma que mais teve esse tipo de liberação, com 66% da vegetação nativa suprimida com autorização. Na Amazônia o percentual foi de 14%.

Fundado em 2015, o MapBiomas se organiza de maneira colaborativa entre ongs, universidades, laboratórios e startups. “A rede faz mapeamento anual da cobertura e uso da terra, além do monitoramento mensal da superfície de água e das cicatrizes de fogo com dados desde 1985. Relatórios também são validados e elaborados para cada evento de desmatamento detectado no Brasil desde janeiro de 2019, por meio do MapBiomas Alerta”, diz o site da rede.

Da Redação, com Agência Brasil

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