Preparativos para a Terceira Guerra Mundial, por Charles Gentil

Sergio Teixeira Jr

 

Eu denuncio: Donald Trump começou a preparar o terreno para a Terceira Guerra Mundial.

Isto fica evidente pela conduta adotada nos assuntos internacionais já no início do seu segundo mandato: deportação de imigrantes em situação irregular nos EUA.

Aliás, o próprio trato aplicado aos imigrantes clandestinos demonstra a tara doentia de Donald Trump pelo uso prepotente da força: algemou e pelos pés consentiu acorrentar imigrantes para deportá-los. E de acordo com o relato daqueles que foram expurgados, o percurso de avião à seus destinos foi feito sem alimentação, água e até interditado o uso ao banheiro.

Com isso, Trump feriu diante do mundo os Direitos Humanos, ao submeter homens e mulheres a tão vexatório trato.

Com isso, Donald Trump não só demonstrou o método autoritário que, sobretudo em questões internacionais, iria seguir dali em diante, mas também mostrou todo o desprezo que nutre pela lei e que para impor a hegemonia norte-americana não acatará nenhum princípio ético ou humanista, uma vez que, para a prática eficiente da dominação não se deve obedecer nenhum preceito restritivo.

O que se constatou em seguida foi, portanto, ainda mais aterrador. Sem limites para o exercício do poder, Donald Trump passou a assediar a Ucrânia prometendo intervir para promover à paz, desde que os EUA pudessem explorar, em solo ucraniano: o urânio, o titânio, o grafite, o lítio e o berílio, bem como os chamados minérios de terras raras importantes por exemplo, para a produção de eletrônicos e, portanto, minerais que, no conjunto, são relevantes para o desenvolvimento econômico norte-americano.

Ou seja, Donald Trump, colocou-se à disposição para mediar a paz e, assim, projetou e impôs a presença norte-americana para solucionar o conflito motivado,exclusivamente, por interesse financeiro.

Desta forma, a tratativa para o cessar-fogo não está associada nem de longe à procura pelo bem-estar dos civis ou ao término imediato do horror da carnificina que consome vidas há mais de 3 anos.

Ao contrário, Donald Trump, como representante genuíno do pensamento e da prática da extrema-direita norte-americana deixa claro que: para a extrema-direita o que menos importa são as vidas das pessoas.

Mas, não é só. Donald Trump, no estilo repugnante em que se faz xerife do mundo, chegou a ter a audácia de dizer em entrevista coletiva de imprensa (04.02.2025), que os palestinos deveriam abandonar a Faixa de Gaza e dirigir-se a países da região que os queira acolher, pois, Gaza passaria a ser administrada pelos EUA.

E como se isto não fosse suficiente, Donald Trump, ainda em Janeiro de 2025, alegando o fator da segurança nacional norte-americana, em coletiva de imprensa, refere ser necessário anexar o Canal do Panamá, a Groelândia e o Canadá, em nítida concepção expansionista do território norte-americano.

Daí porque é tão repugnante, quanto abjeta, a pretensão de Donald Trump, de anexar territórios,pois, este posicionamento trazido à lume descortina o perigo concreto de futuros confrontos armados e desde já – e isto é evidente – deve ser entendido não como mera provocação, mas como uma promessa em que num futuro próximo, um conflito bélico será inevitável.

Logo, Donald Trump, ameaça a já precária harmonia global, afundada em outros 30 conflitos armados locais semelhantes ao do combate entre Rússia e Ucrânia ou Israel e os palestinos.

No entanto, a particularidade do protagonismo norte-americano com suas pretensões expansionistas reside no fato de que este protagonismo ocorre,hoje,em virtude do incômodo provocado pelo crescimento ininterrupto da China, sendo que tais medidas norte-americanas, que ambicionam o controle de novos territórios visam em um primeiro momento proteger os EUA mas, quando necessário for, atacar, em um segundo momento, a nação chinesa e, com isso, converter os conflitos locais em vigor, em um confronto armado mais abrangente, de proporção mundial.

Ocorre com isso que os EUA, no fundo, objetivam romper a ordem multipolar e instituir um ordenamento mundial unipolar, de modo que, para a substituição dos diversos centros de poder subordinando-os à hegemonia norte-americana, uma guerra mundial, não só é inevitável, mas se faz necessária.

Daí porque, Donald Trump assedia países ora aqui, ora ali; faz intervenções e promete novas investidas; testa possíveis resistências e sinaliza com o uso da força, se preciso.

Desnecessário dizer então que, os EUA, tem na China seu adversário mais poderoso ? e tudo fará para evitar que a nação chinesa venha se constituir como a nação hegemônica no planeta. Este é, portanto, o verdadeiro pano de fundo, das ações norte-americanas no que concerne aos assuntos internacionais.

E mais.O recente tarifaço (02.04.2025).A imposição pelo governo norte-americano de taxas de importação para mais de 180 países (que se constitui,aliás, em evidente política protecionista dos EUA) contrariando,assim, o chamado livre-comércio e que, por sua vez, suscita que os demais países pratiquem a reciprocidade de tarifas, a fim de protegerem seus interesses e, com isso, pode resultar em uma guerra comercial, onde além de nenhum país ganhar com tal prática( diferentemente do livre-comércio em que todos, ainda que de forma diferente, se beneficiam), ainda ter como resultado esta possível guerra comercial, uma estagnação seguida, então, de um colapso de todo o comércio mundial.

O que pode conduzir a um conflito armado, na medida em que, a indústria bélica e a produção de artefatos de combate passariam a constituir a única alternativa para aquecer a economia dos países arruinados por uma guerra comercial já arquitetada pelos EUA para provocar um conflito mundial e determinar a que país: EUA ou seu adversário: a China, caberia a hegemonia planetária em uma ordem geopolítica mundial unipolar.

Donald Trump, portanto, tem se empenhado em parir, por meio de seu extremismo de direita, a terceira guerra mundial.

Donald Trump, este político autoritário incurável e incorrigível, que com a imposição de tarifas, com a sede de domínio territorial e a fome voraz por desprezar os mais elementares direitos humanos dos imigrantes deportados demonstra, que a extrema-direita em qualquer lugar do planeta, não tem, absolutamente, condições de governar para promover o bem-estar da população.

Ao contrário, o compromisso de políticos extremistas de direita como Donald Trump é tão somente com os donos do poder e do recurso que estes utilizam para preservar seu interesses financeiros, que é o domínio pelo uso da força: a guerra.

Políticos servis como Donald Trump são, na verdade, meros fantoches, manipulados pelas mãos dos empresários da guerra, que banham,alegres, suas mãos de sangue para preservar seus patrimônios e interesses financeiros à todo custo.

Estes empresários carniceiros, da indústria bélica ocidental, cumpliciados com políticos da extrema-direita como Donald Trump, insensíveis e perversos, que só pensam em dinheiro, que estão acometidos de uma patologia financeira maligna e incurável como o câncer, que sofrem da necessidade tuberculosa de manterem aquele status crônico e descorado, acometidos pelo delírio psiquiátrico do poder e margem infecciosa do lucro, mas que são incapazes, logo eles, senhores do poder e da rentabilidade, logo eles, se demonstraram incapazes de cuidar das pessoas, porque ao lidarem com fortunas, excitam-se com a oportunidade de uma nova guerra, pois, ao manusearem miríades de dinheiro, tornaram-se, no entanto, incapazes de mensurar: o valor da vida.

Charles Gentil
Presidente do Diretório Zonal PT do Centro

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