O debate com os candidatos ao Governo do Estado, realizado nesta quarta-feira (15/09) pela Rede TV! e pelo jornal Folha de S. Paulo, foi aberto com Educação, área prioritária no Governo Mercadante, e tema que dominou todo o primeiro bloco do programa, mostrando que a insatisfação é unanimidade.
Destaque para a péssima qualidade do ensino da rede estadual e a progressão continuada, método criado pelo educador Paulo Freire e que, nos últimos 16 anos em que o Estado esteve sob a gestão do PSDB, tem sido deturpado a ponto de ser chamado por alguns especialistas de “pedagocídio”.
O ex-governador tucano foi o único a defender o método que tem funcionado como mera aprovação automática, formando anualmente milhares de estudantes que não sabem ler e escrever adequadamente. “O que nós temos hoje em São Paulo não é uma progressão continuada, nós temos uma regressão continuada para uma parte dos alunos. Isso está levando a uma situação em que muitos alunos estão sendo reprovados na vida, quando eles vão para o mercado de trabalho”, corrigiu Mercadante, que é professor licenciado pela PUC e Unicamp. Ele explicou que 5 milhões de alunos que estão nas escolas públicas do Estado estão sendo privados das mesmas oportunidades que estudantes da rede particular de ensino têm.
Ele fez questão de lembrar que, em 16 anos de PSDB, cerca de 100 mil professores ainda não têm carreira e é preciso mudar a política educacional paulista para dar perspectiva de vida a estes alunos. “Eles não vão ter a mesma oportunidade na vida. Esse Estado é rico. Este Estado pode ter uma escola de qualidade”.
No último dia 14 Mercadante lançou seu Programa de Governo para a educação, onde propôs um novo contrato social para o ensino público.
Transporte
Outro tema que também isolou o candidato tucano em relação aos demais participantes – até dos jornalistas – foi o conjunto de problemas relacionados ao transporte de São Paulo, com o Metrô avançando muito lentamente, a malha ferroviária subutilizada e os altos pedágios paulistas.
Metrô e CPTM
Mercadante explicou que a dificuldade que a população passa hoje foi originada pela falta de investimento em transporte público. Ele afirmou que nos dois primeiros anos vai dobrar a capacidade dos 260 km de trens da CPTM, aumentando a velocidade da frota e informatizando o sistema. Sobre o Metrô ele ressaltou que nos últimos anos foram feitos apenas 2,6 km em linha, ou seja, cerca de 650 m por ano. “É uma voltinha no quarteirão. É impossível a gente responder nesta velocidade ao desafio do transporte. Precisamos acelerar. Barcelona fez 80 km de Metrô em 5 anos. Por que São Paulo não pode fazer pelo menos 30 km?”, questionou Mercadante, que defende a meta para os próximos quatro anos.
Pedágio
Para Mercadante, o abuso nos valores dos pedágios paulistas tem prejudicado a economia do Estado, onde 93% da carga transportada é rodoviária. O valor tem sido embutido no frete, chegando no preço final do produto e onerando a população de baixa renda.
“Nós vamos baixar estes preços e vamos fazer um modelo de pagar pelo quilômetro efetivamente rodado. O abuso dos pedágios e a falta de incentivo está esvaziando o emprego e o desenvolvimento do interior do Estado. Tem que mudar”, disse ele. Hoje um caminhão que sai de Presidente Prudente com destino à Capital paga R$ 700,00 de pedágio.
Sem perguntas
No penúltimo bloco do debate, Mercadante confessou estar surpreso por não ter recebido nenhuma pergunta do candidato tucano, com quem disputará o cargo no segundo turno das eleições. “Todo dia fala de mim no programa dele, mas quando vem aqui não faz nenhuma pergunta. Ele podia fazer”.
por: Mercadante13