Obras rodoviárias e ferroviárias para melhorar a qualidade de vida de milhões de pessoas, com ônibus elétricos e sem ruídos, redução do tempo de espera no trânsito e em estações, retirada diária de mais de 80 mil veículos da marginal Tietê, em São Paulo, e investimentos eliminar a emissão de toneladas de CO2. Esses são alguns dos benefícios do aporte financeiro de R$ 10,6 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciado na manhã desta sexta-feira (29) no Palácio do Planalto.
O investimento integra as ações do Novo PAC. A solenidade de assinatura dos contratos de financiamento para infraestrutura e mobilidade urbana de São Paulo teve a presença do presidente Lula, do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, do ministro da Casa Civil, Rui Costa, além do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas e de Ricardo Nunes, prefeito da capital paulista. Ambos reconheceram, em seus discursos, a importância dos investimentos e agradeceram ao presidente Lula pelas parcerias.
Os contratos envolvem o trem Intercidades Eixo Norte (TIC Eixo Norte), que ligará São Paulo a Campinas; a extensão da Linha 2 (Verde) do metrô, que atualmente liga a Vila Madalena à Vila Prudente; e o Trecho Norte do Rodoanel, que deve reduzir fluxo na Marginal Tietê.
“A cidade de São Paulo, com tamanho de país, com mais de 10,5 milhões de habitantes, pode contar com milhares de ônibus elétricos, o que vem ao encontro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e da Nova Indústria Brasil (NIB)”, ressaltou Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. “Todos os ônibus e baterias são fabricados no Brasil. Passou de 14% o aumento de vendas de veículos leves e pesados no Brasil neste ano”.
Respeito ao pacto federativo
O vice Geraldo Alckmin e Rui Costa reforçaram as determinações do presidente quanto ao pacto federativo e o diálogo com prefeitos e governadores também pela transição energética e prioridade para a eletromobilidade.
“O senhor mostra mais do que nunca a figura de um estadista que não se abala um milímetro, mesmo com todas as informações que vieram à tona daqueles que tramaram um golpe de estado, algo que ninguém imaginava que poderia acontecer no país. O senhor mostra a força e a convicção do estadista que é, colocando no mesmo salão tantos líderes de países como foi no G20”, ressaltou Rui Costa. Todos os pedidos de prefeitos e governadores para aquisição de ônibus elétricos foram incorporados ao PAC, que terá também fortes investimentos em saneamento em 2025, segundo o ministro.
“Como é bonita a democracia. Passadas as eleições, os entes federados, juntos, trabalham para alcançar o interesse público e o bom comum”, afirmou o vice-presidente.
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Metrô
A Linha 2 Verde do Metrô de São Paulo, que atualmente liga a Vila Madalena à Vila Prudente, ganhará 8,2 quilômetros e oito novas estações até a Penha, com integrações com a Linha 3 (Vermelha) e a Linha 11 (Coral), beneficiando 1,2 milhão de pessoas por dia. Com mais 44 novos trens produzidos no Brasil, serão investidos R$ 6 bilhões, sendo R$ 3,6 bilhões para os trens e R$ 2,4 bilhões na obra.
“Gera emprego, gera salário, não é sair importando não, queremos produção local porque é isso que vai alavancar a economia”, assinalou Mercadante, ao destacar a redução do tempo diário no trânsito de 35% e o tempo de espera nas plataformas de 22%
“Presidente o senhor está colocando o Brasil de volta nos trilhos e a ferrovia vai voltar. E é uma mudança muito importante que vai ajudar a retirar 1,2 milhão de toneladas de carbono da atmosfera e 610 milhões de litros de diesel por dia. Isso tem um impacto na qualidade do ar, no aquecimento global e na vida da população”, destacou Mercadante.
“Não é fácil um presidente e um vice presidente que foram ameaçados de morte, de um golpe de estado, e tudo o que nós assistimos recentemente, manter a mesma atitude de compromisso, de respeito ao voto popular; um PAC que trata com todos os prefeitos e governadores do Brasil”, assinalou Mercadante, ao destacar o compromisso de Lula com o pacto republicano e com as obras em parceria com todos os estados e prefeituras, independente do partido”, acrescentou o presidente do BNDES.
Rodoanel
O Rodoanel interliga as 12 rodovias que cortam a região metropolitana de São Paulo e o projeto visa desviar o tráfego de cerca de 30 mil caminhões e 54 mil automóveis da Marginal Tietê por dia. O contrato prevê 14 passagens de fauna e investimento total de R$ 3,4 bilhões. O financiamento do BNDES é de R$ 1,35 bilhão para a obra que deve gerar mais de 10 mil empregos diretos e indiretos.
“O senhor colocou como prioridade a Dutra, nós fizemos a maior obra rodoviária da história do Brasil. São 92 viadutos, marginal em toda a cidade, vai ter LED de ponta a ponta nos 620 km, vai ter câmeras de vigilância e conectividade na estrada inteira. O Rodoanel e a Dutra vão mudar o trânsito em São Paulo, isso vai significar horas de vida melhor para a população”, ressaltou o presidente do BNDES.
Mercadante destacou também a Avenida Brasil (RJ) “Todo o caminho para a Linha Vermelha vai ser descongestionado”, apontou.
Trem
O trem intercidades vai conectar São Paulo a Campinas, atendendo 11 municípios e 15 milhões de pessoas com média velocidade atinge até 140km/h. O investimento total é de R$ 14,5 bilhões sendo R$ 6,4 bilhões de financiamento do BNDES.
Serão 101 quilômetros de extensão entre as duas cidades com paradas entre Francisco Morato e Jundiaí e conexões com os trens intermetropolitanos e a linha 7-Rubi do metrô de São Paulo.
“Vai ser um pouco mais de uma hora o trânsito entre São Paulo e Campinas. Estimamos a retirada de 2.800 ônibus diariamente das estradas, especialmente a linha Anhanguera e Bandeirantes, e 28 mil automóveis, significa também reduzir a emissão de 712 mil toneladas”, assinalou Mercadante.
Ônibus elétricos
Com a prefeitura de São Paulo o BNDES assinou contrato de R$ 2,5 bilhões para a aquisição de 1,3 mil ônibus elétricos de fabricação nacional. “Estamos hoje iniciando uma trajetória muito promissora. Dos 7,3 milhões de passageiros por dia, 1,5 milhão vão andar de ônibus elétrico. Numa segunda etapa vamos chegar a 20% da frota”, anunciou Mercadante ao falar dos ganhos com a produção dos veículos no Brasi. “Isso é um diferencial fundamental. Tudo que o BNDES faz tem que ter o conteúdo local”, salientou.
Em toda a vida útil, os ônibus elétricos vão evitar a emissão de 2,7 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera. “Isso significa qualidade de vida, conforto por não ter barulho e vai aumentar de forma expressiva o número de passageiros. Essa é a qualidade do transporte que será oferecido na cidade de São Paulo”, destacou Mercadante, ao falar que o modelo da parceria do BNDES com a Prefeitura de São Paulo está inspirando outras cidades do Brasil que em breve assinarão contratos com o banco.
Da Redação, com Agência Brasil